quarta-feira, dezembro 30, 2009

HOMENAGEM PARA JOANYR DE OLIVEIRA


1933 - 2009

A poesiarte apresenta: Joanyr de Oliveira. Natural de Aimorés-MG. Nascido em 6 de dezembro de 1933. Bacharel em Direito, jornalista, escritor, poeta, cronista e também antologista. Pioneiro na arte literária no Distrito Federal. Morreu no dia 5 de dezembro de 2009 em Brasília-DF.
*Homenageado pelo poeta Selmo Vasconcellos de Porto Velho-RO, com o título de Grande Benemérito da Academia Momento Lítero Cultural pela sua contribuíção no jornal Alto da Madeira de Porto Velho-RO em 16 de setembro de 1995 com a Cadeira 17.





- Vejamos algumas poesias de sua autoria:

Haicai

Sempre a olhar os céus,
errei. Bem mais errarei
contemplando a terra.

O poeta não veio para responder
(Para Fernando Mendes Vianna)

O poeta não veio para responder.
Nem para fazer: a água, o prado,
o pranto, o sonho, o susto, o grito,
o muro, a crença, a lança, o mundo...
O que existe já moldou sua própria fisionomia.
O que pulsa já mediu seus rumos,
sua intensidade real.
O que paira já estabeleceu sua correta cronologia.

O poeta não veio para responder,
senão para a tessitura das dúvidas e incógnitas.
Para a antevéspera, para a eternidade sem aplauso,
para o anverso da matéria, das normas, das teorias.
A exatidão jamais se casou
com a alma da poesia.
Nos meios-tons, reside a verdade perfeita.
No indivisível, tudo está sem turbação alguma.
No irrevelado, pontifica o coração do mistério.

Se quereis saber, indagai aos magos,
aos iluminados em seus montes e transfigurações,
aos espíritos salpicados de estrelas,
aos físicos, às dialéticas, à meteorologia, às aves,
à lucidez das loucuras.
Indagai a vós mesmos.

O poeta não veio para responder:
palavras deslizam em sua boca,
conceitos se ampliam mas, lívidos, desfalecem.

Os liames com o cosmo diluem-se num átimo
ante o verbo e a eloquência.
Os tribunos (sim) estão para os transbordamentos.
Os pregadores, em seus santos delírios,
se espargem nas alturas.
(Colhei nos dilúvios de suas bocas.)

O poeta se oculta (e se revela)
no cernes dos entes e das coisas.
Seu domicílio é o inefável, o inviolado silêncio.
(Seus lábios pertencem aos deuses).

(Joanyr de Oliveira)

*Mais sobre esse grande poeta no Jornal de Poesia segue o link:
http://www.revista.agulha.nom.br/1joanyr.html

domingo, dezembro 27, 2009

DESTAQUE POESIARTE DE DEZEMBRO


A poesiarte apresenta: Tereza C. Werson.

*Natural do Estado de Alagoas.

*Nascida em 11 de setembro de 1935.
*Poeta.
*Representa a cidade
de São Paulo-SP.
*Foi a poeta destaque do mês de dezembro da COMUNIDADE POESIARTE.


- Vejamos uma poesia de sua autoria:





Rua da solidão

Eu amava aquela terra
onde as ruas eram livres
onde eu podia correr.
Dei um nome a esta rua
rua da solidão
números das ilusões.

Lá as noites eram lindas!
luar, estrelas, solidão
céu azul quase veludo
os vaga-lumes piscando
com inveja das estrelas
brilhavam pra se mostrar.

Noites enluaradas
a árvore fazia sombra
tudo ficava tão lindo!
e eu não parava de sonhar
ali eu plantei mil sonhos
e mil ilusões eu plantei
mas da rua da solidão eu sai
em outra terra fui viver
e as ilusões, e os sonhos,
não chegaram a florescer.

(Tereza C. Werson)

segunda-feira, dezembro 21, 2009

POESIARTE EM FOCO DE LUIZ SILVA (CUTI)



A poesiarte apresenta: Luiz Silva conhecido no meio literário por Cuti. Natural de Ourinhos-SP. Nasceu em 31 de outubro de 1951. Formado em Letras pela USP. É professor, poeta, ficcionista, dramaturgo e ensaísta. Mestre em Letras pela UNICAMP.

- Vejamos uma poesia de sua autoria que faz parte do seu livro "Negroesia":



Roda de Poemas

macumbamente poetas

quebramos a cerca
de arame farpado de receios
entre nós

atabaque no compasso

a palavra no corpo
gesticula no espaço

depois do chocalho

defumar a sala
com axé reencontro

ponto vem

ponto vai
e a roda se constela
de ginga nas costelas
e poema na voz.

(Luiz Cuti)

sexta-feira, dezembro 11, 2009

POESIARTE EM FOCO DE CAROLINA VECCHI



A poesiarte apresenta: Carolina Vecchi. Aluna da 6ª série do Ensino Fundamental da Escola Estadual Aspino Rocha de Cabo Frio-RJ.


-Vejamos uma poesia de sua autoria:


*Litoral de Armação dos Búzios-RJ.


Mar que dança

Mar doce mar,
Calmo a descansar,
Será sempre o meu lar.
Mar doce mar,
Nunca pare de dançar,
Com esse movimento me faz "viajar".

Dançante, viajante...
Lindo, deslumbrante.
Mar, sempre a brilhar...
Mar, sempre a dançar...

Com ondas balança,
Sempre naquela dança...
Calmo ou bravo
Sempre a dançar.

Numa dança de esperança,
Pra sempre balança
E nunca se cansa
O Mar de esperança.

(Carolina Vecchi - turma: 701)


*Carolina Vecchi é aluna do poeta e professor Rodrigo Octavio Pereira de Andrade (Rodrigo Poeta).

quarta-feira, dezembro 09, 2009

HOMENAGEM PARA O POETA DO POVO


A poesiarte apresenta: João Bastista do Vale mais conhecido como João do Vale. Natural de Pedreiras-MA. Nascido em 11 de outubro de 1934. Morreu em 6 de dezembro de 1996 em São Luís-MA. Cantor e compositor. Sua principal composição é "Carcará" em parceria com João Cândido e imortalizado na voz de Maria Bethânia.

- Vejamos uma música composta pelo poeta do povo:



Carcará

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Não vai morre de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Pega, mata e come
Carcará

Lá no setão
É um bicho
Que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado
Que nem gavião
Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará
Come inté cobra queimada
Quando chega o tempo
Da invernada
No sertão
Não tem mais roça queimada
Carcará
Mesmo assim num passa fome
Os borrego que nasce
Na baixada

Carcará(...)

É malvado, é valentão
É a águia de lá
Do meu sertão
Os borrego novinho
Num pode anda
Ele puxa no bico
Inté mata

Carcará(...)


*Site da Fundação João do Vale: www.fundacaojoaodovale.com.br/

- Vejamos um vídeo, onde o cantor, poeta e compositor canta "Caracará" ao lado de Chico Buarque de Holanda:



quinta-feira, dezembro 03, 2009

ENTREVISTA COM FLÁVIO OTÁVIO



A poesiarte apresenta: Flávio Otávio Ferreira de Bela Vista-MG.

*Vejamos a entrevista feita por Rodrigo Octavio Pereira de Andrade. (Rodrigo Poeta):

1-Como você começou a gostar de poesia?
Escrevo desde a adolescência e desde então gosto do estilo literário. Comecei a apreciar poesia ao conhecer “Drummond”.

2-Quem incentivou você?
Tenho como grandes incentivadores os meus irmãos e ainda a maior parte de meus amigos.

3-Que tipo de poesia você mais gosta e prefere fazer?
Gosto do estilo de Drummond seu jeito de homem do interior enfrentando as multidões com temáticas bem bucólicas e que ao mesmo tempo refletem sobre o homem e o estar no mundo. Não me comparo a ele, mas prefiro escrever desta forma.

4-Qual o seu estilo de fazer poesia, ou seja, qual o modo em que você faz a poesia?
Escrevo sobre meu cotidiano, reflito sobre a vida, a morte, o estar no mundo.

5-O que representa ser poeta para você?
Para dizer a verdade, não me vejo poeta. Simplesmente escrevo o que me remete meu pensamento. Apesar de não me ver assim, e refletir muito sobre o fato de ser ou não ser poeta, vejo que o fato de eu escrever tem me dado visão melhor do mundo e das pessoas. Acredito que o que é valido nisso tudo é a troca que a poesia nos proporciona tanto como leitor e/ou como escritor. Sempre nos dá a sensação de realização, de completude.

6-O que representa a poesia para você?
Como disse anteriormente, a poesia nos dá a sensação de completude, apesar de por muitas vezes, arrancar pedaços de nosso intimo e revelar ao mundo de leitores.

7-Quais os grandes ícones da poesia brasileira e mundial, que agrada mais você?
Existem tantos, mas vale destacar: Drummond, Vinicius de Moraes, Castro Alves, João Cabral(...); Maiakovisk, , Baudelaire, Rimbaud...

8-Você já participou de recitais de poesia? Se participou cite alguns de grande importância?
Nunca participei de recitais.

9-Qual a sua visão sobre a cultura principalmente no campo da literatura?
Vejo muita coisa boa por aí, bons trabalhos que poderiam ter mais espaço, mas infelizmente não têm reconhecimento. Infelizmente o mercado literário está muito ligado ao que é comercial o que é vendável, ou seja, poesia não se encaixa nesse mercado. O que leva a muitos poetas a publicarem de forma independente, vendendo seus exemplares para amigos, para conhecidos e até mesmo para pessoas que conhecem pela internet.

10-Você já publicou algum livro? Se já, cite o nome dele e o ano em que foi publicado?
Sim. Publiquei os livros “Cata ventos – o destino de uma poesia” pelo selo KroartEditores da Litteris Editora do Rio de Janeiro em 2005 e "Itinerário Fragmentado" de 2009.



11-Você já fez algum projeto ou participou de algum em referência a poesia?
Não fiz nenhum projeto a não ser os livros. Participo de alguns blogs literários, revistas virtuais. Participei das bienais de São Paulo e Rio de Janeiro, em 2004 e 2005, respectivamente, mas nada direcionado somente à poesia.

12-Qual a poesia sua em que você mais possui afeição?
Tenho afeição a várias poesias. Exemplo as que estão em meu primeiro livro como: “Insanidade, despudor e desatinos”. “Profecia”. E, ainda, “Insônia”, “Um homem Fragmentado”, ambas do segundo livro.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

DESTAQUE POESIARTE DE NOVEMBRO



A poesiarte apresenta: Lena Ferreira.

*Natural do Rio de Janeiro-RJ.

*Nascida em 8 de julho de 1968.
*Professora e poeta.
*Representa a cidade
do Rio de Janeiro-RJ.
*Membro dos POETAS DEL MUNDO entidade do Chile.

*Foi a poeta destaque do mês de novembro da COMUNIDADE POESIARTE.



Vejamos uma poesia de su
a autoria:

SONS DA PRIMAVERA

Bailam, rodopiam pétalas e cores
Na marcha sonora que invade o ar
E saltitantes, percorrer as alamedas
Vazias de gente, somente o inverno

Preenchem os espaços tantos do vento
Colorem os jardins, lançam sementes
Salpicam cada estrela da noite escurecida
E aquecem o peito que ao longe repousa

Pousam; cores e pétalas e sementes
Preparam o solo nosso; esperança
De que outro dia renasça mais florido
A primavera anunciada chegue, enfim...

(Lena Ferreira)