AS TRÊS FACES DA LIRA
O livro
Lira Minha da escritora Andréa Rezende é um bom cartão de visita, pois mostra
uma múltipla poetisa dividida em três faces ao som clássico e romântico de um
piano.
A primeira
face da Lira é a face da mãe, mulher e amiga, que homenageia em versos as
pessoas queridas que a cercam e a incentivam na sua vida.
Um exemplo
disto são estes versos do poema Letra J:
“Foram tantas letras A/ E tantos ais de fato/ Você chegou assim J/ Juras,
jardins, já/ Denso e imediato”.
Na segunda
face da Lira encontra-se a militante feminina, a mulher em defesa da mulher. Os
versos do poema Múltipla denotam
isto: “Sou Angel, sou Malala, sou Diniz/
Pela justiça, conquista e liberdade/ Sou Frida, sou Olga, sou D’ arc/ Pela
igualdade, pela ousadia, pela arte”.
Enfim a última e expressiva face da
transcendental Lira, onde a poetisa brinca com as palavras com maestria. Nos
versos do poema Dois sonhos conotam
isto: “Desperto a noite de um sonho/
Lúcida// Acordada, fecho os olhos e sonho/ Lúdica.”
Ela segue
uma tendência da poesia falada em que outros poetas como Artur Gomes de Campos
dos Goytacazes/RJ, Ricardo do Carmo do Rio de Janeiro/RJ, do saudoso Paulo da
Silveira de Niterói/RJ e Cabo Frio/RJ, de Eraldo Maia de Arraial do Cabo/RJ e
tantos outros como Andréa, lutam para preservar a poesia falada como o grande e
saudoso poeta-mor da Região dos Lagos, Victorino Carriço, fazia na sua morada:
A CASA DA POESIA.
Andréa
Rezende sem dúvida alguma mostrou nos seus versos o seu cartão de visita. Uma
múltipla poetisa que ao som do piano entoou a sua Lira.
Rodrigo Poeta
Escritor e acadêmico
17-08-16
*Andréa Rezende é escritora e professora.