quarta-feira, novembro 05, 2025

Entrevista com o Diretor de Eventos Vinicius Figueira do GLIP por Anthony Rasib

 


ENTREVISTA EXCLUSIVA


Organização: Grêmio Literário Internacional Poesiarte (GLIP)

Convidado: Vinícius Figueira de Lima

Cargo: Diretor de Eventos do GLIP

Entrevistador: Anthony Rasib

Cargo: Diretor de Marketing e Intercâmbio Internacional do GLIP


1. Como você, na posição de Diretor de Eventos, define a missão essencial do GLIP no cenário literário atual, e qual é o maior diferencial que o Grêmio traz para os poetas e escritores, especialmente na organização de eventos?


Vinícius Figueira de Lima: É uma missão difícil, mas ao mesmo tempo incrível, pois temos que modificar o cenário, precisamos de mais eventos de literatura e arte em nosso país. O diferencial do Grêmio, é o surgimento de novos escritores, apresentando seus trabalhos, valorizando novos nomes, e a montagem de eventos que possam movimentar o cenário.


2. O que o atraiu ou o motivou a integrar-se ao GLIP (Grêmio Literário Internacional Poesiarte) e, mais recentemente, assumir a Diretoria de Eventos?


Vinícius Figueira de Lima: A oportunidade de conhecer novos escritores, pois não é só da minha região, e sim do Brasil e alguns de fora, conhecer novas experiências, e conseguirmos realizar novos eventos.


3. Nascido no Rio de Janeiro e residindo em Cabo Frio desde 1998, você é um observador das transições culturais. Como essa jornada entre a capital e a Região dos Lagos moldou sua perspectiva como jornalista e escritor, e de que forma Cabo Frio se tornou o seu cenário literário?


Vinícius Figueira de Lima: Então a Região dos Lagos é muito atípica, espero poder ajudar e crescer o cenário literário. Aqui se tornou o meu local literário, pois amo Cabo Frio e região e quero contribuir cada vez mais com essa terra amada.


4. Você tem uma trajetória diversificada, passando por rádio, TV e jornais, e mantendo um portal ativo há mais de dez anos. Qual a missão essencial que o move na área da comunicação cultural, e qual o maior diferencial que você busca trazer ao seu público?


Vinícius Figueira de Lima: Amo o universo da comunicação, escrevo sobre diversos assuntos no meu portal, a missão é tentar melhorar cada vez mais a cultura da nossa população, e o diferencial que busco é trazer diversos conteúdos ao público.


5. O seu livro (lançado em 2021) é dedicado ao universo das telenovelas brasileiras. O que o atraiu ou motivou a dedicar uma obra completa a esse fenômeno da cultura popular, e o que você buscou preservar ao registrar essa "Paixão Nacional"?


Vinícius Figueira de Lima: O que me motivou foi o amor pela televisão e principalmente pelas telenovelas. Busquei um pouquinho da história, e fatos marcantes.


6. No meio de tantas publicações sobre cultura pop, como um novo escritor ou analista pode encontrar e manter uma "voz" autêntica e distinta que não se perca nas tendências do momento?


Vinícius Figueira de Lima: Quando você tem clareza no que quer e no seu eixo temático e ético, é mais fácil filtrar o que é tendência e o que pode ser apenas ruído. Sua voz não é só o que você diz, mas como diz.


7. Qual foi o primeiro livro ou obra literária que tocou profundamente a sua vida e que tipo de sentimento ou despertar ele provocou em sua vocação para a análise cultural?


Vinícius Figueira de Lima: Desde pequeno sempre quis ler, antes de ser alfabetizado, pedia para as pessoas lerem para minha pessoa. Meu pai lia o jornal O Globo, revistas, gibis. Mamãe também lia, eles começaram a diminuir a leitura em 1995 pra 1996, quando eu já sabia ler, eu pegava tudo pra ler e o que não entendia perguntava a eles. Livros que me recordo, passa um filme na cabeça, volta pra 95, ou seja mais de 30 anos, é o Flicts, do Ziraldo, o livro das cores, que é um clássico da literatura infantil. Outras que também me recordo são "Quem tem medo de dentista", "Quem tem medo de mar", "Quem tem medo de escuro" etc, era uma coleção incrível que marcou a minha infância. O sentimento que me provocou foi a emoção de ler cada vez mais.


8. Em sua experiência com diferentes mídias, você acredita que a neutralidade absoluta é possível no jornalismo brasileiro, ou o objetivo ético deve ser a pluralidade de vozes e a transparência do viés?


Vinícius Figueira de Lima: Sim ainda acredito que possa existir a neutralidade da imprensa, que devemos ser éticos e responsáveis com a informação que transmitimos, que devemos sempre trazer a verdade.


9. A Inteligência Artificial está redefinindo o futuro do trabalho. Na sua visão, como jornalista e criador de conteúdo, a IA representa uma ferramenta de potencialização para otimizar tarefas ou uma ameaça ética e laboral às profissões de escrita, como o Jornalismo e a Literatura?


Vinícius Figueira de Lima: A IA pode ser usada tanto para o bem, quanto para o mal. Temos que saber utilizar esta ferramenta, sem ultrapassar os limites.


10. Qual é o papel do Estado ou do setor público na promoção e no fomento a uma educação de melhor qualidade?


Vinícius Figueira de Lima: O papel do Estado ou do setor público na promoção e no fomento de uma educação de melhor qualidade é central e multifacetado. Ele envolve desde a garantia do direito à educação até o planejamento, financiamento, regulação e avaliação do sistema educacional.


Perfil do Convidado

Vinícius Figueira de Lima


Data de Nascimento: 18/08/1988

Residência: Nasceu no Rio de Janeiro e reside em Cabo Frio desde abril de 1998.


Formação Acadêmica: Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida, campus Cabo Frio.


Resumo Profissional

Vinícius Figueira de Lima é um jornalista com uma trajetória diversificada que abrange rádio, TV e jornais. É membro da Academia Cabofriense de Letras e do Grêmio Literário Internacional Poesiarte.


Publicação: Autor do livro "Paixão Nacional", lançado em 2021, dedicado ao universo das telenovelas brasileiras.


Colaborações: Já participou de diversas antologias.


Comunicação: Mantém um portal ativo há mais de dez anos, o zuzinha123.blogspot.com, e apresenta o quadro "Teletema", sobre trilhas de novelas, de segunda a sexta, às 15h, na Rádio Ondas FM, onde também já trabalhou na produção do programa "Região em Foco".

quarta-feira, outubro 29, 2025

Entrevista com a Secretária Executiva do GLIP Lucy Chagas por Anthony Rasib


 

ENTREVISTA EXCLUSIVA


Organização: Grêmio Literário Internacional Poesiarte (GLIP)


Convidada: Lucy Chagas (Secretária Executiva do GLIP)


Entrevistador: Anthony Rasib (Diretor de Marketing e Intercâmbio Internacional do GLIP)


1. Como você define a missão essencial do GLIP no cenário literário atual, e qual é o maior diferencial que o Grêmio traz para os poetas e escritores?


Lucy Chagas: O GLIP tem como missão essencial unir pessoas através da literatura, desta forma, há espaço para que cada voz encontre seu lugar e seja ouvida. Mais do que divulgar obras, o Grêmio cria pontes entre gerações, estilos e culturas e valoriza tanto o escritor experiente quanto aquele que está começando. Acho que o grande diferencial é esse acolhimento: todos têm oportunidade de mostrar seu talento, trocar experiências e crescer juntos. E é um ambiente de incentivo onde todos têm seu próprio espaço na Literatura.


2. O que a atraiu ou a motivou a integrar-se ao GLIP (Grêmio Literário Internacional Poesiarte)?


Lucy Chagas: Me motivou muito o convite da minha tia, a Acadêmica Fabiana Batista Coelho. O incentivo dela e do nosso Presidente Rodrigo foram muito importantes para minha entrada no GLIP.


3. Qual é a sua profissão e de que forma você integra ou aplica a literatura nela?


Lucy Chagas: Sou professora e Psicopedagoga. Aplico a Literatura na sala de aula, lendo os contos infantis para as crianças e as incentivo a ler e escrever vários tipos de texto. Porém, neste momento não estou trabalhando como professora, mas estou me preparando para voltar a lecionar no ano de 2026.


4. No meio de tantas publicações, como um novo escritor ou poeta pode encontrar e manter uma "voz" autêntica e distinta que não se perca nas tendências do momento?


Lucy Chagas: Acredito que a autenticidade vem quando o autor escreve o que realmente sente. É claro que ler muito e se inspirar faz parte, mas sem perder a própria essência. Quando o texto vem de um lugar verdadeiro, por exemplo, das vivências, das dores e das alegrias de quem escreve, ele se destaca naturalmente, porque carrega a identidade do autor.


5. A Poesia tem um papel ativo na sociedade atual? Você vê a literatura como uma ferramenta de mudança social e política, ou sua força reside na transformação individual?


Lucy Chagas: Vejo a poesia como uma força que atua nos dois campos. Ela transforma o indivíduo, desperta sentimentos e faz refletir, e, quando isso acontece, a mudança social vem como consequência. Uma sociedade só muda quando as pessoas mudam por dentro. A poesia é uma forma delicada e poderosa de tocar consciências.


6. Qual foi o primeiro livro ou obra literária que tocou profundamente a sua vida e que tipo de sentimento ou despertar ele provocou?


Lucy Chagas: Tocou profundamente minha vida a obra literária Mar Morto, de Jorge Amado. As histórias do Cais da Bahia, os pescadores, o romance de Guma e Lívia, o amor que Esmeralda sentia por Guma. Esta obra foi retratada na novela Porto dos Milagres da TV Globo. Incentivou Dorival Caymmi com a canção É doce morrer no Mar. Então esta obra despertou a minha vontade de ler cada vez mais outras obras de Jorge Amado e de outros autores também.


7. Quais trabalhos literários (sejam eles próprios ou em colaboração) você participou, direta ou indiretamente?


Lucy Chagas: Participei de duas Antologias com meu amigo Bruno Black e vários outros escritores pela Editora Conejo em 2023 e 2025 (Se tens um Dom seja, em 2023, e Clube das Palavras, este ano de 2025). Essas Antologias foram lançadas na Bienal do Livro do Rio De Janeiro. Participei também de uma Antologia infantil pela Editora Panóplia que será lançada.


8. Qual é o papel fundamental dos pais e educadores na introdução da literatura e da arte na vida das crianças e dos adolescentes?


Lucy Chagas: Pais e educadores são os primeiros mediadores na vida das crianças e dos adolescentes. São eles que abrem a porta para o mundo da imaginação e da sensibilidade. Quando uma criança cresce cercada de histórias, livros e arte, ela desenvolve empatia, criatividade e senso crítico. É um presente que se leva pra vida inteira. Por isso, incentivar a leitura desde cedo é mais do que ensinar a ler, é ensinar a sentir.


9. Qual é o papel do Estado ou do setor público na promoção e no fomento a uma educação de melhor qualidade?


Lucy Chagas: O papel do Estado é fundamental, porque a educação de qualidade precisa ser acessível a todos, e isso depende de políticas públicas sérias e continuadas. Investir em escolas, professores, bibliotecas e projetos culturais não é gasto, é investimento no futuro. Pois uma sociedade que valoriza a leitura e o pensamento crítico tem mais chances de evoluir de forma justa e humana.


10. Em sua visão, o que faz uma obra literária sobreviver ao teste do tempo e manter sua relevância para gerações futuras?


Lucy Chagas: Acredito que uma obra sobrevive quando fala de sentimentos universais como amor, dor, esperança e fé de um jeito genuíno. As épocas mudam, mas o coração humano continua o mesmo. Quando o autor consegue traduzir a alma humana em palavras, sua obra se torna eterna.

domingo, outubro 05, 2025

MÚSICA RISCADA DE RODRIGO POETA É EXPOSTA NO RIO!


 Meu poema Música Riscada foi exposto no Rio de Janeiro-RJ no dia 21 de setembro através da iniciativa do escritor carioca Mário Rezende dentro do projeto uma poesia na árvore de autoria do poeta Marcelo Rocha de Governador Valadares/MG 
pelo Instituto PSIA.

sábado, outubro 04, 2025

EVENTO DO GLIP NO RIO DE JANEIRO


 

      No dia 30 de setembro na Biblioteca Municipal Manuel Ignácio da Silva Alvarenga em Campo Grande no Rio de Janeiro aconteceu mais um evento do Grêmio Literário Internacional Poesiarte.  O evento contou com a presença de diversos escritores. Representando o GLIP: Celi Luz, Fabiana Batista Coelho,  Lucy Chagas, Marcos Lopes Firmo, Pituka Nirobe e o Presidente Rodrigo Poeta. 

               O evento contou com o Gerente de Livro e Leitura Henrique Dau da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro e escritoras convidas pela acadêmica Pituka Nirobe. 

                 Na ocasião ocorreu o lançamento da Iª Antologia do GLIP,  posse dos acadêmicos Marcos Lopes Firmo, Lucy Chagas e Pituka Nirobe. Homenagem para Pituka Nirobe, palestra do Presidente Rodrigo Poeta, homenagem ao filho do acadêmico Caio Alexandre por Rodrigo Poeta e declamação de poesias por Celi Luz, Lucy Chagas e convidadas de Pituka Nirobe. 

Segue abaixo algumas fotos do evento:

*Na foto: Henrique Dau,  Pituka Nirobe e 
Rodrigo Poeta.

*Na foto: Rodrigo Poeta autografando 
um exemplar do Diário de um Albanês para o acervo da Biblioteca Municipal Manuel Ignácio da Silva Alvarenga.

*Na foto: Paulo e Rodrigo Poeta.

*Na foto: Rodrigo Poeta,
sua esposa Fabiana Batista Coelho 
e Pituka Nirobe. 


*Na foto: Marcos Lopes Firmo, 
Fabiana Batista Coelho, 
Rodrigo Poeta e Celi Luz. 

*Na foto: Lucy Chagas tomando posse 
no GLIP e sua tia a acadêmica 
Fabiana Batista Coelho. 



terça-feira, julho 01, 2025

EVENTO DO GLIP EM CABO FRIO-RJ


 
●No dia 27 de junho na Biblioteca Municipal Professor Walter Nogueira aconteceu o primeiro evento do Grêmio Literário Internacional Poesiarte. O evento teve um grande público.  O GLIP foi representado pelos seguintes gremistas: Prof. Rodrigo Octavio (Presidente), Weslei Rodrigues (Vice-Presidente), Vinicius Figueira (Diretor de Eventos), Renata Barcellos (Diretora de Pesquisa), Fabiana Batista Coelho (Tesoureira),João Pedro e Teresa Nogueira.
            Este grande acontecimento cultural teve as seguintes cidades representadas: Cabo Frio/RJ, Armação dos Búzios/RJ, Rio de Janeiro/RJ, Governador Valadares/MG e São Luís/MA.
     A apresentação foi feita pelo Presidente Rodrigo Octavio,  depois ocorreu a palestra sobre O Papel da Biblioteca com a Profa. Renata Barcellos, seguiu o evento com homenagens para Profa. Maria de Fátima de Cabo Frio/RJ, o Obreiro Alessandro de Abreu de Armação dos Búzios/RJ e do Presidente da AOL Raimundo Nonato de São Luís/MA, aconteceu também a apresentação do poeta José Maurício, o resultado do XVº Concurso Poesiarte em homenagem ao Grande Otelo e a culminância foi com um abraço simbólico na Biblioteca. 
    O evento teve apoio do empresário Chico Liberato (Chico Parafuso), da Diretora Zuleika Crespo da Biblioteca Municipal Professor Walter Nogueira, Jornal Tribuna dos Municípios e da Prefeitura Municipal de Cabo Frio. 
           

Segue abaixo outras fotos do evento:

●A Profa Maria de Fátima sendo homenageada
ao lado do Presidente Rodrigo Octavio. 

●O Vice-Presidente Weslei Rodrigues e o
Presidente Rodrigo Octavio. 

●Na foto: Agilson Garcia, João Pedro,
Dinamércia,  Vinicius Figueira, 
Teresa Nogueira,  Renata Barcellos 
e Raimundo Nonato. 


●Na foto: Raimundo Nonato,  Renata Barcellos, 
Weslei Rodrigues,  Teresa Nogueira, 
Rodrigo Octavio e João Pedro. 

●Na foto: Presidente Rodrigo Octavio 
e o Vice-Presidente Weslei Rodrigues. 

●Na foto: A Profa Renata Barcellos 
palestrando.

●Na foto: A primeira dama Fabiana Batista 
e o Presidente Rodrigo Octavio. 

●O abraço simbólico na Biblioteca. 
Um momento para história!




quarta-feira, junho 18, 2025

ARTIGO DE ANTHONY RASIB




 Por que o mundo chora menos por Parnia? 

A jovem poetisa iraniana entre as primeiras vítimas da fúria de Israel


Em meio ao horror dos recentes ataques, a vida e os sonhos de uma alma sensível foram brutalmente ceifados, deixando um vazio doloroso e a lembrança de que a guerra não poupa nem mesmo a inocência dos poetas.

No turbilhão de notícias e imagens de destruição que emergem do conflito, um nome ressoa com uma tristeza particular: o de Parnia Abbasi, uma jovem poetisa iraniana (2002-2025), que se tornou uma das primeiras vítimas dos ataques. Parnia, junto com sua família (todos civis), foi morta em um brutal e ilegal ataque do regime sionista israelense no bairro de Sattarkhan, em Teerã, como noticiado pela Pamenar Press (15/06/2025).

Parnia era uma moça cheia de esperanças, com a alma transbordando em versos que buscavam a beleza em um mundo complexo. Imagine os poemas que ela sonhava escrever, as metáforas que ainda habitavam sua mente jovem e os sentimentos que esperavam ser traduzidos em palavras. Parnia expressava em sua poesia a melancolia, um de seus poemas, "A Estrela Apagada", traduzido por Ghazal Mosadeq e publicado postumamente, ecoa a dor e a efemeridade da vida:


Eu chorei pelos dois.

por você.

e por mim.

você sopra as estrelas, minhas lágrimas.

no seu mundo a liberdade da luz.

no meu, a perseguição de sombras.

você e eu chegaremos ao fim em algum lugar.

o poema mais bonito do mundo se cala.

você começa em algum lugar a chorar o murmúrio da vida.

mas eu terminarei.

eu queimarei.

Eu serei aquela estrela apagada.

No seu céu.

como fumaça.


Cada poema não escrito, cada inspiração que não floresceu, é um lamento que se junta ao coro de dor de famílias dilaceradas. A arte, em sua essência mais pura, busca construir pontes, expressar a beleza e a complexidade da alma humana. Mas, ironicamente, foi exatamente essa beleza que foi silenciada por atos de guerra.

Quantas outras vidas, cheias de promessas e talentos, foram ceifadas ou irremediavelmente marcadas por essa escalada de violência? A cada notícia de ataque, não são apenas números que aumentam, mas histórias inteiras que são interrompidas. São sonhos de um futuro, abraços que nunca acontecerão e vozes que se calam para sempre.

A imagem de uma poetisa, uma jovem alma que encontrava na palavra seu refúgio e sua forma de expressão, virando estatística de guerra, é um soco no estômago da humanidade.

Ela nos força a olhar para o custo humano dos conflitos, para a perda irrecuperável de quem, com sua sensibilidade, poderia ter nos oferecido um novo olhar sobre o mundo. E, ironicamente, a comoção em torno de Parnia e de outras vítimas não atingiu a mesma intensidade que o regime sionista de Israel tenta fabricar quando ocorrem vítimas da própria guerra que eles criaram, mostrando a disparidade na narrativa e na empatia global.

Que a lembrança de Parnia Abbasi e de tantas outras vítimas inocentes seja um alerta pungente sobre a necessidade urgente de paz e compaixão, para que mais melodias não sejam silenciadas e mais versos não se percam no eco da destruição.

Anthony Rasib

sábado, junho 14, 2025

ARTIGO DE ANTHONY RASIB



Prefeitos no holofote em Israel : Quando a Selfie vale mais que o Saneamento Básico

Atualmente, um movimento constante de viagens de prefeitos brasileiros para Israel tem chamado a atenção, gerando questionamentos sobre suas reais prioridades. Um fenômeno curioso e, para muitos, estranho, que merece o olhar atento da população: qual é, de fato, o objetivo e o benefício dessas missões?

Todo cidadão brasileiro sabe que seu bairro, sua cidade ou sua região carece do olhar político e humano de seus representantes. Enquanto alguns gestores atuam de forma questionável no meio ambiente, outros fecham os olhos para a falta de medicamentos em UPAs, hospitais sem material e médicos, escolas abandonadas e ruas escuras. No entanto, parece que ainda há tempo e recursos para uma viagem integralmente paga por um governo acusado de crimes contra a humanidade.

Em junho de 2025, uma comitiva de prefeitos e vice-prefeitos do Brasil embarcou para Israel, a convite do governo israelense, de inclinação de extrema-direita e ideologia sionista. O objetivo declarado era participar de uma feira de tecnologia e buscar inovações para suas cidades. Mas, a pergunta que ecoa é: será que esse “almoço” realmente sai de graça? Tudo pago e quais as contrapartidas? A viagem, contudo, se transformou em um episódio de grande repercussão política e legal, levantando sérios questionamentos sobre as prioridades, a ética e a diplomacia dos nossos líderes municipais.

Entre os “especialmente convidados” pelo governo israelense – acusado de inúmeros crimes contra a humanidade – estavam:

  Álvaro Damião (Prefeito de Belo Horizonte – MG)

  Nélio Aguiar (Prefeito de Santarém – PA)

  Johnny Maycon (Prefeito de Nova Friburgo – RJ)

 Welberth Porto de Rezende (Prefeito de Macaé – RJ)

 Cícero de Lucena (Prefeito de João Pessoa – PB)

 Janete Aparecida Silva Oliveira (Vice-Prefeita de Divinópolis – MG)

 Maryanne Terezinha Mattos (Vice-Prefeita de Florianópolis – SC)

 Vanderlei Pelizer Pereira (Vice-Prefeito de Uberlândia – MG)

 Cláudia da Silva Lira (Vice-Prefeita de Goiânia – GO)

 E o governador de Rondônia, Marcos Rocha.

A viagem desses políticos já era encarada com estranheza diante dos conflitos acirrados entre Israel e Irã. Fazer uma missão nestes tempos, colocando suas próprias vidas em perigo e, potencialmente, mobilizando a Força Aérea Brasileira em caso de necessidade, não pareceu uma ação madura e sensata. Muitos, inclusive, tiveram que se abrigar em bunkers. A informação de que os custos da viagem foram integralmente custeados pelo governo de Israel, com sua linha política, levanta um sério debate legal e ético no Brasil. A aceitação de benefícios como passagens e hospedagem de governos estrangeiros por agentes públicos pode configurar uma infração à Lei de Improbidade Administrativa e gerar um conflito de interesses. Mesmo com uma finalidade supostamente técnica, a aceitação de tal “presente” de um país em intenso conflito geopolítico e com potenciais interesses diplomáticos oculta um custo que poderá ser pago de outras formas.

Como essa seleção ocorreu? Essa é uma pergunta que exige respostas claras. Não foi uma viagem para todos os prefeitos do Brasil, mas sim de uma delegação específica. A escolha dos participantes se deu por meio de um convite formal da Embaixada de Israel no Brasil, direcionado a um grupo seleto de prefeitos e líderes estaduais com supostos interesses em tecnologia. A ironia é que a conta final dessa “experiência” pode recair sobre os cidadãos de seus municípios, que não desejam colaborar indiretamente com a guerra e a fome que assola crianças, mães de família e idosos em outras partes do mundo.

Os critérios para essa seleção específica, no entanto, não foram amplamente detalhados publicamente, gerando dúvidas sobre a transparência do processo da Embaixada de Israel no Brasil e se houve algum viés na escolha dos participantes.

A situação ganha camadas mais grossas quando se considera o histórico de alguns desses gestores e os problemas que persistem em suas próprias cidades. Focando estritamente em acusações que já possuem alguma forma de comprovação legal ou administrativa definitiva:

• Em Goiânia (GO), a vice-prefeita Cláudia da Silva Lira teve seu registro de candidatura e o do prefeito eleito, Sandro Mabel, cassados pela Justiça Eleitoral de Goiás em dezembro de 2024. A decisão se deu por abuso de poder político, uma acusação com desfecho legal comprovado.

Essa realidade, onde há decisões judiciais ou administrativas definitivas contra gestores, contrasta drasticamente com a busca por visibilidade internacional, enquanto as populações de suas cidades enfrentam desafios urgentes e muitas vezes negligenciados:

  Em Belo Horizonte (MG), apesar dos avanços, a capital mineira ainda lida com desafios na saúde pública, como superlotação de UPAs e a demanda por exames e consultas especializadas. A mobilidade urbana e a segurança pública em algumas regiões também são queixas constantes dos cidadãos.

  João Pessoa (PB) enfrenta dificuldades na infraestrutura básica, principalmente em bairros carentes, com problemas no saneamento básico, na saúde e na educação pública.

  Macaé (RJ), mesmo sendo uma região com forte arrecadação pela indústria do petróleo (o que torna sua inclusão no convite de Israel ainda mais curiosa), ainda lida com a distribuição desigual da riqueza, gerando disparidades sociais e problemas em serviços públicos.

  Nova Friburgo (RJ), marcada por tragédias no passado, ainda sofre com a falta de infraestrutura de contenção de encostas e habitação segura para seu povo.

  Santarém (PA), localizada na Amazônia, padece sem saneamento básico (acesso a esgoto e água potável), tem saúde precária nas comunidades ribeirinhas e enfrenta a falta de interesse escolar em algumas regiões.

  Divinópolis (MG) tem problemas na gestão de resíduos sólidos, com necessidade de investimento em pavimentação e drenagem, além de uma saúde de baixa qualidade.

   Florianópolis (SC), mesmo com alto IDH, também sofre com a mobilidade urbana, problemas no transporte público e o acesso à moradia.

  Uberlândia (MG), uma das maiores cidades mineiras, enfrenta questões sérias de segurança pública, e desafios estratégicos para o aumento da população que demanda mais saúde e educação.

  Goiânia (GO) tem problemas recorrentes na saúde pública, como falta de leitos e de médicos. A mobilidade urbana da capital goiana está um caos, com falta de planejamento e muitos congestionamentos.

  O estado de Rondônia, liderado pelo governador Marcos Rocha, padece com uma saúde de baixa qualidade, sem estrutura hospitalar e acesso em áreas remotas. A segurança pública enfrenta o combate ao crime organizado e fronteiriço.

Essa realidade local, com problemas que afetam diariamente os cidadãos, levanta a questão, ecoada nas redes sociais: é justificável que líderes com tais responsabilidades e, em alguns casos, com acusações comprovadas, priorizem uma viagem internacional, custeada por um país envolvido em crimes contra a humanidade? Não deveriam estar atentos às necessidades de sua população, que não tem nenhuma viagem custeada ou ônibus pago quando vai trabalhar, e que não compactua com a guerra e a morte de civis? Estariam, de fato, focados na lisura e nas demandas de suas administrações, ou a busca por uma experiência financiada e, talvez, uma projeção política, sobrepõe-se à urgência dos desafios internos?

A presença e o apoio tácito, ou até explícito em alguns casos, ao governo israelense por parte desses prefeitos brasileiros, no contexto de um conflito perigoso e complexo que envolve sérias acusações de violação de direitos humanos contra palestinos e libaneses, coloca o Brasil em uma posição delicada no cenário internacional.

Historicamente, o Brasil, a ONU e a maioria dos países europeus têm defendido uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino, e alguns já reconheceram o Estado da Palestina, condenando a violência contra civis de ambos os lados e as ocupações territoriais feitas por colonos israelenses. Quando esses representantes eleitos de cidades brasileiras se alinham tão claramente a um dos lados do conflito, especialmente um lado acusado de cometer o “terror camuflado” contra inocentes, eles não só divergem da linha diplomática oficial do Brasil, mas também podem minar a credibilidade do país como um ator promotor dos direitos humanos e da paz entre os envolvidos.

Essa viagem, e outras que líderes do Estado de São Paulo já fizeram sem aplicação concreta de benefícios para a população, vai além de um simples intercâmbio tecnológico. Ela expõe fragilidades éticas, prioridades questionáveis desses líderes municipais e um alinhamento político que, para uma grande parcela da população mundial, está em contramão com os princípios de justiça e equidade defendidos pela comunidade internacional.

Devemos estar atentos a essas viagens custeadas, enquanto o povo brasileiro paga o verdadeiro preço.

Anthony Rasib

segunda-feira, junho 09, 2025

POEMA DE RODRIGO POETA PUBLICADO EM BANGLADESH



Minha participação com o poema 
"Adeus Francisco" na Revista Internacional Netrazol Literary Magazine de Bangladesh,  através da Editora Literária Diane Ouverney representante no Brasil.

segunda-feira, abril 21, 2025

ADEUS FRANCISCO



Adeus Francisco 


Um vazio fica nos corações 

Com sua partida Francisco.

Lágrimas caem das multidões 

Num grande chuvisco.


Sua luta foi grande 

Perante aos incrédulos de Cristo.

Inspiração para que eu ande

Neste mundo físico.


Amava a boa poesia

A boa literatura 

Ou melhor a vida mesmo curta

Em sua singeleza. 


No dia do mártire brasileiro 

Foi o Papa do mundo inteiro 

Seu legado de esperança 

Estará vivo em grande bonança. 


Tiradentes saúda sua chegada.

Sonhar é preciso para alma.

Adeus e até um dia Santo Papa

Aos olhos de Deus para sua Glória. 


Amém! 


Rodrigo Octavio Pereira de Andrade

21/04/2025

quarta-feira, março 05, 2025

PORTUGAL, O LADO NEGATIVO




Crise habitacional, crise energética, precariedade laboral, custo de vida elevado, sistema de transporte público deficitário, corrupção e compadrio são alguns pontos negativos que Portugal apresenta. Proporcionalmente ao número de habitantes, é o país mais emigrado da Europa[^1]! Apenas com essa informação já se transmite muito do que acontece no país. Portugal é o segundo país da UE com maior índice de precariedade laboral[^2]; estima-se que, a cada dez trabalhos, oito são precários[^3]. Os direitos trabalhistas são muito desrespeitados, e o órgão de fiscalização do trabalho não é eficaz, o que gera muita impunidade. 

O pagamento e o limite máximo de horas extras são bastante descumpridos; há muito desrespeito em relação aos intervalos intrajornada e interjornada de trabalho. É notório o acúmulo e desvio de função, além de muito assédio moral! É comum presenciar humilhações nos ambientes de trabalho, a contratação de poucos funcionários, a informalidade, e a imposição da troca parcial de férias por pagamento, o que é proibido pela legislação.

O mais assustador é que simplesmente afirmar todo esse cenário se torna ultrajante! "Estás mal, muda-te", "come e cala-te", "és pago para trabalhar, não para pensar", ou mais particular para os estrangeiros, "volta para a tua terra", são bordões populares muito comuns que contribuem para o entrave do desenvolvimento nacional. Ainda há em Portugal resquícios da ditadura? Por que os portugueses são tão diferentes de outros povos europeus, que têm a capacidade de se indignar, que vão às ruas para reivindicar? Por que os governos não ordenam uma fiscalização eficiente do trabalho? Em Portugal, um empregador não se intimida quando um funcionário diz que vai denunciá-lo!

Pesquisas avaliam que Portugal tem o patronato menos qualificado da UE[^4]; seria isso uma das causas que fomenta essa realidade? Por que a população é tão acrítica, apesar de pequena? A abstenção eleitoral é muito alta! O que é uma certeza é que a precariedade laboral deve ser lucrativa para muitos! Um dos reflexos disso, é que o país é um dos mais desiguais da UE[^5], mesmo com a distribuição de renda sendo uma das exigências para convergir com o bloco econômico.

Devido à emigração, o país tornou-se o país mais envelhecido da UE. Em 2022, analisou-se que só havia dois municípios com mais jovens do que idosos[^6]. Isso, além de ser muito negativo para o sistema e direitos previdenciários, contribui para a manutenção dessa mentalidade rústica acima descrita, e que é passada para as novas gerações. Ademais, grande parte dos mais jovens, que tiveram mais acesso à educação em virtude da UE, intencionam emigrar. Só a título de curiosidade, muitos confundem a pacatez do país, decorrente da emigração e envelhecimento populacional, com segurança pública.

Em relação à crise energética, estima-se que a maioria da população sofre com o frio dentro de casas e estabelecimentos. As temperaturas caem abaixo de zero graus em muitas regiões do país, e a umidade é alta. Portugal é o país europeu com maior dificuldade em conforto térmico[^7], apesar de ser um dos países do continente com muitos dias de sol ao ano. A energia elétrica do país é muito dispendiosa, e muitas casas não têm isolamento e aquecimento. Vale salientar que os valores praticados por imobiliárias e proprietários são desproporcionais aos salários e ao custo de vida do país.

Além disso tudo, nos últimos anos, houve um descontrole imigratório imenso. Distribuíram vistos, não fizeram uma imigração seletiva de acordo com as necessidades do país, e não melhoraram as questões supra mencionadas. Os estrangeiros não estão conseguindo nem vagas em repartições públicas para regularizar documentos, e está demorando anos para concluir a cidadania nos registros públicos!

Contudo, esses são alguns pontos negativos muito negligenciados para um país antigo e membro da UE. A intenção aqui é puramente informativa e contributiva, e é claro que também há o lado positivo, já amplamente divulgado em diversos meios de comunicação.


Fontes e Referências 


[^1]: [Portugal é o país da Europa com mais emigração. Em 20 anos, 15% da população emigrou](https://www.publico.pt/2024/01/12/sociedade/noticia/emigracao-estagnou-cerca-65-mil-ano-saem-pais-20-anos-cerca-15-populacao-portuguesa-2076611)


[^2]: [Eurostat dá Portugal como 2.º com precariedade mais alta](https://www.jornaldenegocios.pt/economia/emprego/mercado-de-trabalho/detalhe/eurostat-da-portugal-como-2-com-precariedade-mais-alta)


[^3]: [Oito em cada dez empregos criados em Portugal são precários](https://rr.sapo.pt/especial/economia/2021/10/01/oito-em-cada-dez-empregos-criados-em-portugal-sao-precarios/252596/)


[^4]: [Portugal é o país com mais patrões sem instrução e o 5º com o salário mais baixo](https://www.publico.pt/2024/04/30/economia/noticia/portugal-pais-patroes-instrucao-5-salario-baixo-2088721)


[^5]: [Portugal é um dos países mais desiguais da UE](https://www.rtp.pt/noticias/economia/portugal-ainda-e-um-dos-paises-mais-desiguais-da-ue_n1625602)


[^6]: [Portugal é o país mais envelhecido da União Europeia. Apenas dois municípios têm mais jovens do que idosos](https://hrportugal.sapo.pt/portugal-e-o-pais-mais-envelhecido-da-uniao-europeia-apenas-dois-municipios-tem-mais-jovens-do-que-idosos/)


[^7]: [Portugal é o país europeu com mais dificuldade em aquecer as casas e o problema piorou](https://expresso.pt/sociedade/2024-12-25-portugal-e-o-pais-europeu-com-mais-dificuldade-em-aquecer-as-casas--e-o-problema-piorou--a2267935)


Autora: Brunna Falcão. Coautor: Anthony Rasib

quinta-feira, fevereiro 27, 2025

POEMA CHEGA AO VATICANO


 

Memóriarte! 🖋

Em 2024 fiz um poema em homenagem ao Papa Francisco e meses depois recebi uma abençoada resposta do Vaticano. 🙏

Oremos pela saúde do amado Francisco.




Segue abaixo a versão em português da homenagem ao Papa que chegou ao Vaticano e teve uma resposta de muita gratidão! 🙌


Francisco, a serviço do Pai


Humildade uma bênção 

Aos olhos de Deus.

Atitude são do coração 

Para o serviço de Deus.


Doar uma vida.

Doar o seu tempo.

Fazer a palavra

Um verdadeiro ofício. 


Francisco a simplicidade 

Em pessoa aos olhos 

Do divino Senhor em felicidade.


As bênçãos ao Papa Francisco

Reza o povo do mundo,

Que crer no Senhor todo poderoso.


Rodrigo Octavio Pereira de Andrade 

Cabo Frio/RJ

Brasil


09/07/2024