domingo, novembro 19, 2006

POESIARTE EM FOCO DE ELTON MALAQUIAS


A poesiarte apresenta: O primeiro colocado no I CONCURSO CONSCIÊNCIA NEGRA DE POESIA 2006 do Colégio Municipal Professora Elza Maria Santa Rosa Bernardo.

*Nome da aluno: Elton N. Malaquias - Turma: 2001/Ensino Médio.



“Consciência Negra”

Nesta terra de riquezas, 
Que foi palco de maldades,
Onde se fez ecoar, o grito de ‘liberdade’.
Mãos calejadas, pés inchados,
Marcas de sofrimento,
Que são escondidas pelo tempo,
Que sopesam, por estar vigentes
Nos corações dos inocentes.
O martírio terminou, os açoites
Se findaram e o sangue não jorra mais,
Esvaído pelas chagas,causadas pelo azorrague,
Que foi forjado, no sentimento de superioridade
Dos homens poderosos e da dura servil.
Depois de um decreto, estimado por poucos,
O coração desejoso, pode então aspirar um futuro
De igualdade.
Depois deste lapso, a consciência negra,
Nos faz refletir sobre o que ainda subsiste
Nos corações dos filhos desta terra.
Ainda está em vigência,
O bater do azorrague,
Não concreto, mas um sentimento
Abstrato, que se tornou
Um instrumento de conceito errôneo
E causa o martírio na dignidade,
E no sentimento de amor próprio.
Esta consciência, tem que
Se tornar em pugnação
Contra a mão que bate
E gera a inferioridade e a superioridade
Do potencial humano e extinguindo a igualdade.


(Elton N. Malaquias)

sábado, novembro 18, 2006

POESIARTE EM FOCO DE PRISCILLA RAMOS


A poesiarte apresenta: O segundo colocado no I CONCURSO CONSCIÊNCIA NEGRA DE POESIA 2006 do Colégio Municipal Professora Elza Maria Santa Rosa Bernardo.

*Nome da aluna: Priscilla Ramos da Cruz - Turma: 2001/Ensino Médio.

Vejamos a sua poesia:

“Nossa canção”


Ouçam o canto de lamento
Daqueles que em tormento cantam,
Para a tristeza espantar.
Muitos que ouvem esse som
Não se agradam do tom
E querem nos calar.
A chibata do capitão-do-mato,
Hoje é a arma do soldado
Que vem nos revistar.
Fomos reprimidos, fomos escravizados...
Tentaram nos manter calados,
Porém agora, vão nos ouvir cantar.
Nosso canto é de tristeza
Apesar de tal beleza
Não querem nos deixar cantar.
Nosso canto é de protesto
Uma orquestra sem maestro,
Que canta sem desafinar.
Fomos vozes do deserto,
Que num futuro bem perto,
Sonhamos a todos cantar.
Cantamos de coração!
Essa é a nossa canção
E nunca conseguirão nos calar.


(Priscilla Ramos da Cruz )

POESIARTE EM FOCO DE MIDIÃ DA SILVA


A poesiarte apresenta: O terceiro colocado no I CONCURSO CONSCIÊNCIA NEGRA DE POESIA 2006 do Colégio Municipal Professora Elza Maria Santa Rosa Bernardo.

*Nome da aluna: Midiã da Silva Soares - Turma:3000/Ensino Médio.

Vejamos a sua poesia:


“Decisão dolorosa”


Dorme meu filho em meu ventre.
Não quero que este mundo lhe conheça.
Por fora é puro e belo,
Por dentro as raízes são negras.
Não quero que meu filho seja culpado,
Por tudo que tem a sofrer.
Perdoa-me a decisão amarga.
Não precisa vir a nascer.
Espero que o céu mantenha teu riso,
Nas mais belas estrelas a brilhar.
Em meu peito terei a certeza,
Que um dia iremos nos encontrar.

(Midiã da Silva Soares)

domingo, novembro 05, 2006

POESIARTE EM FOCO DE PAULO NEUMAN

A poesiarte apresenta: Paulo Neuman. Poeta nascido em Boa Nova-BA.

Vejamos um poema de sua autoria:

ELEMENTOS

Somos elementos de diferentes conjuntos
Juntos, não chegaremos ao canto determinado
Divórcio é tudo o que podemos ser amanhã
Canto aquela canção e me despeço de você.

Gosto da poesia de Manoel Bandeira
Porque conheço minhas perdas e fracassos
Trago na manga a carta definitiva de ontem
Não dou bandeira - não estou apaixonado!

Nadei para não morrer na praia deserta
Volto para a metrópole com angústias urbanas
Sábado haverá sarau no bar de Rosa Maria
Contudo, trancar-me-ei naquela retrospectiva!

Enquanto lá em Trindade ninguém dorme nem hoje nem nunca...

Ontem eu era o cineasta em busca do panorâmico
A musa disse-me não mais uma vez e nada é novo
Os atores sentem fome e eu ofereço "nada" a todos
Eu não quis fazer-me de vítima - dancei forró!

Encomendei Rosas Vermelhas ao ontem-insano!
Agora já não amo mais ninguém - enganado fui!

Paguei pelas Rosas Vermelhas e nada recebi!

Numa perfeita desconstrução de mim mesmo estilizado
Em sonhos, mudo de endereço e viajo feliz outra vez!

Nesta altura do drama, eu quero apenas desfalecer
Numa perfeita desconstrução de mim mesmo estlizado
Em sonhos, mudo de endereço e viajo feliz outra vez!

Bem que eu quis beber apenas o passado remoto
Mas a taça já estava sobre a mesa arrumada e definitiva!

Garçons circulam pela sala suspeita...
Já é madrugada e nada de concreto acontece...

Apenas um baile à fantasia:
Todos descaradamente mascarados!

(Poeta Paulo Neuman)