domingo, dezembro 11, 2005

ARTIGO DE ELÍSIO GOMES


A poesiarte apresenta: Elisio Gomes. Membro da Academia Cabofriense de Letras e pesquisador sobre os naufrágios na costa brasileira.


Vejamos um artigo de sua autoria:


A morte de Manuel Antônio de Almeida, o autor do clássico da literatura
brasileira: “Memórias de um Sargento de Milícias”.

Na ocasião do desastre do vapor Hermes na madrugada do dia 28 de novembro de 1861, na costa de Macaé, o jornal Correio da Tarde, fez o seguinte necrológico: “Dentre as vítimas, que veio lançar o luto no seio de muitas famílias, não podemos deixar de mencionar especialmente o Sr. Dr. Manoel Antônio de Almeida, cuja morte prematura roubou à imprensa fluminense e às letras pátrias um dos seus representantes, que mais honra lhes dava”.
Sobre a morte do autor de “Memórias de um Sargento de Milícias”, José Veríssimo escreveu: “Com ele, pode dizer-se, naufragou a talvez mais promissora esperança do romance brasileiro”.
A companhia de navegação União Campista e Fidelista
Ao norte da província do Rio de Janeiro, o governo estava para inaugurar o mais longo canal do Império. A escoação da produção agrícola campista esteve sempre atravancada pela foz estrangulada do rio Paraíba. Havia necessidade de grandes navios. Mas estes só poderiam ancorar com segurança, bem mais ao sul, isto é, no porto de Imbetiba, em Macaé. E assim o canal Campos-Macaé, foi aberto a braço escravo, para escoar a riqueza campista. Seria um dia festivo, pois junto com a comemoração de abrir-se uma via de comunicação com o município de Campos, era o aniversário de Dom Pedro II. Nos jornais da Corte, a companhia de navegação União Campista e Fidelista, anunciava que a viagem do vapor Ceres substituiria a do contrato no mês próximo e era feita justamente com antecipação para levar os passageiros que quisessem ir assistir à abertura do colossal canal.
O município nortista vivia bons momentos. A produção de açúcar no ano de 1861 excedeu as esperanças, e muitos fazendeiros chegaram a perder muita cana, não por causa da seca, mas por faltar-lhe materialmente o tempo para moê-la. A safra de legumes também foi abundante.
Versões diferentes para o motivo que levaram o escritor a viajar para Campos
Escrevem alguns que Manuel Antônio de Almeida viajou para cobrir a reportagem da inauguração do canal, o que não é verdade, pois ele já estava fora do Mercantil por um bom tempo, outros escrevem que ele foi tratar de assuntos ligados a sua eleição, pois, aproximava-se o dia em que a província tinha de escolher os deputados à sua assembléia, o que também não parece ser verdadeiro, pelo fato de ele não fazer parte do colégio eleitoral de Campos. Em verdade, Almeida na ocasião exercia a posição de 2º conselheiro oficial da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda, e acreditava-se até então que por força de sua posição naquela Secretaria, tivesse se deslocado para Campos, a fim de representá-la nas festividades da importante obra para a economia do Império escravocrata, mas Maneco, cuja pobreza, somada à necessidade de sustentar mãe e irmãs, levou-o a buscar “um dos lugares da inspetoria itinerante da escola na Província”, que lhe renderia alguns réis, conforme comunica a Quintino Bocaiúva, com quem mantinha correspondência regular.
A última viagem do Hermes
Muitos dos alegres hóspedes do pequeno vapor Hermes, certamente debruçados na amurada apreciavam magnífica da baía de Guanabara. A paisagem não seria mais encantadora. À medida que o casco rompia a superfície prateada da baía, mais se extasiavam com aquele cenário imponente das montanhas cobertas por uma vegetação de um verde refrescante. E pouco a pouco, distante avistava-se encimando os morros e em meio ao casario de telhado vermelho, as torres e pináculos, os campanários, as cúpulas das igrejas do Rio. As imagens tão íntimas das moradias e dos templos do anedótico e folclórico mundo carioca, abraçado por uma natureza exuberante, Manuel de Almeida as viu pela última vez, quando o vapor começou a guinar lentamente para o norte. O benquisto Maneco que havia no mês de outubro último, completado 30 anos, olhou para sua cidade e deu o seu último adeus.
Vidas enlutadas
Depois de uma viagem, no qual encontrara vento e correntes contrários, o Hermes chegou à enseada de Macaé por volta das 3 horas da madrugada do dia 28 de novembro de 1861, para desembarcar três passageiros, e após uma curta demora, o Hermes zarpou para logo em seguida naufragar. As cartas que chegaram as redações da corte após o sinistro, como as próprias notas da imprensa desabaram-se em acusações contra a gerência da companhia e contra o capitão.
“Devendo no dia 30 partir da corte o vapor Ceres para Cabo Frio e Macaé, por que razão o Hermes desviou-se de sua derrota contra o anúncio dados aos passageiros. Mas o que é verdade é que este capricho da gerência em favor dos três passageiros para Macaé...” (Correio Mercantil).
“Uma triste realidade veio ontem enlutar a muitas famílias e provar mais uma vez o desleixo e imprevidência com que se fazem geralmente entre nós, os serviços públicos”. (Diário do Rio de Janeiro).
“Esta catástrofe foi toda devida à imprudência do comandante. O Hermes nessa viagem não tinha que fazer escala pôr Macaé. Entrou nesse porto por interesse de alguns passageiros a que o comandante quis servir. Como, porém, o desvio da derrota marcado retardava a viagem, e o vapor não poderia chegar à barra de Campos com maré que desse entrada o comandante assentou de seguir em rumo direito, deixando de fazer a volta de costume, e deu com o vapor sobre as pedras. Ficará impune o homem que enlutou tantas vidas?” (A Atualidade).
Finalmente descanso
A imprensa recebeu a lista dos sobreviventes, e certificou que o nome de Manuel Antônio de Almeida ali não se encontrava. O Correio Mercantil, logo pranteou a sua morte, certamente por intermédio do punho de alguém que conheceu Almeida nos anos em que ele lá trabalhou:
“Na lista dos náufragos que escaparam do desastre, não encontramos o nome de um nosso irmão de letras, o Dr. Manoel Antônio de Almeida... Dotado de um talento extraordinário, Almeida adivinhava com alguns momentos de atenção tudo o que não estudava e escrevia sobre assuntos examinados de relance como se de longo espaço os tivesse aprofundado. Apesar de sua imaginação ardente, tinha um estilo rápido e conciso, de sorte que os seus artigos eram admiráveis pela sobriedade da frase, abundância da idéia e beleza da forma. Se a agitação de sua vida não o houvesse desviado da imprensa, Almeida podia ter sido o mais ilustre de nossos jornalistas. Mas esse infeliz mancebo, arcando com a pobreza e tendo de prover a subsistência e futuro de suas irmãs, viu-se obrigado a deixar a carreira de sua predileção, que poucos lucros oferece, roubando entretanto o melhor do tempo, o sossego de espírito e até mesmo as amizades irritadiças. Há um ano que ele vivia como que em desespero, e desanimado dos homens e de si próprio. A viagem que empreendeu era ainda um esforço contra o mau destino. Foi o último: parece que ele pode dizer como Alfieri: Finalmente descanso”.
Enterraram seu corpo desfigurado no cemitério de Barreto
À medida que o tempo passava, os corpos que davam nas praias apresentavam-se irreconhecíveis. Ao sul de Macaé, na praia de Itapebussus, veio dar um cadáver de homem, que beirava uns 25 anos. Também naquela praia apareceram caixões com livros, uma outra caixa contendo objetos de daguerreótipo, uma agulha de marear, alguns lavatórios, entre outros objetos. Consta que bem mais ao sul - na costa de Armação dos Búzios - apareceram dois corpos, um já sem cabeça, o qual foi sepultado no cemitério da capela local e outro de um menino que pelo estado adiantado de decomposição, foi sepultado na mesma praia. Ali também veio dar um baú, que continha roupas.
E o corpo de Almeida foi devolvido pelo mar? Uma carta de Macaé publicada no Correio Mercantil, datada de 4 de dezembro e assinada por um tal Dr. Portela, trás a seguinte informação:
“Depois da partida do Ceres, apareceram quatro cadáveres de brancos na praia do Norte, Eu e três companheiros fizemos enterrá-los no cemitério do Barreto; mal sabia eu então que mandava dar sepultura cristã a um amigo nosso. O Dr. Manoel Antônio de Almeida. Quando hoje disseram-me que ele tinha vindo no Hermes e perecido no naufrágio, combinando a marca da roupa (ceroulas e meias) com os traços um pouco desfigurados do seu rosto, que na ocasião me pareceram estranhos, nenhuma dúvida tenho de que era seu um dos corpos que mandamos enterrar no cemitério ...”
Morreu um grande talento, um grande caráter e um grande coração
Para finalizar, transcrevemos abaixo, o que escreveu o A Atualidade, quando, soube-se que Maneco, não havia sobrevivido na catástrofe do Hermes:
“Cada família que ali perdeu um membro chora hoje esse infortúnio sem remédio. A dor da literatura é das mais intensas e das mais legítimas; também a família dos escritores perdeu ali um de seus filhos que maior honra e mais firmes esperanças lhes dava. Morreu ali um grande talento, um grande caráter e um grande coração.”

(Escritor Elisio Gomes Filho)

sábado, dezembro 03, 2005

POESIARTE EM FOCO DE TEIXEIRA E SOUSA


A poesiarte apresenta: Antonio Gonçalves Teixeira e Sousa. Autor do primeiro romance brasileiro "O Filho do Pescador" em 1843. Filho de Cabo Frio, nome de avenida e escola.

Vejamos um poema de sua autoria:


"Soneto"


Como a noite sem astros tenebrosa;
Como sem sol um dia sem fulgores;
Como o prado já murcho, sem verdores;
Como em peste cidade lutuosa;


Como nau em tormenta desastrosa;
Como jardim plantado, mas sem flores;
Como gentil mancebo sem amores;
Como viúva rola, e tão saudosa;


Qual casa de família sem crianças;
Qual peito que não tem uma amizade;
Tal eu, meu doce bem, nestas mudanças.


Vou sofrer na mais triste soledade
A duvidosa vida d'esperança,
A dolorosa morte da saudade!


(Teixeira e Sousa)

domingo, novembro 27, 2005

ARTIGO DE JOSÉ FACURY


A poesiarte apresenta: José Facury. Ator, professor, escritor e animador cultural.

Vejamos um de seus textos:


"O DRAMA CABOFRIENSE"

Assim como vários teóricos do teatro denominaram as diversas correntes teatrais do século vinte, desde a sua virada, onde tudo principia com os anteriores Richard Wagner e seu drama musical, Heinrich Ibsen com seu drama naturalista passando pela revolução dramatúrgica do expressionista August Strindberg. E já no século em questão: Bernard Shaw, Jean Cocteau, Garcia Lorca, Eugene O`Neill, Jean Paul Sartre e Bertold Brecht associados que foram a atores, cenógrafos e diretores como Stanislavski, Meyerhold, Gordon Craig, Appia, Max Heinardt, Artaud e Grotowiski. Neste século dos grandes feitos e das grandes guerras, foram eles que, através das suas criações, fundamentaram as diversas linguagens da encenação contemporânea.Por isso, ouso em seguir a trilha dos teóricos cênicos ao falar do movimento teatral de Cabo Frio. Nestes vinte anos em que por aqui me aboleto, insiro-me também como um dos tijolos que realçaram a possibilidade de Cabo Frio ter o melhor movimento teatral do Estado do Rio de Janeiro, excluindo a capital. No meu comentário, vou descartar as denominações grupais para que fique mais patente o artista do que os efêmeros aglutinamentos que acabam sendo menores do que seus artífices.
Quando cheguei por aqui em 1983, Cabo Frio não tinha a sua dramaturgia própria, os antigos grupos exercitavam suas montagens com textos de dramaturgos cariocas, não se arvoravam à escrita cênica. O historiador Hilton Massa fazia as suas incursões na dramaturgia, escrevendo alguns acontecimentos locais para o antigo TAC que não chegaram a ser montados.
Em 1984, ao captar informações dadas por mim, Silvana Lima enveredou-se na feitura dramatúrgica com a comédia de costumes de caráter regional “Aluga-se Para Verão”. Foi um sucesso na cidade. A partir daí, montando e escrevendo, principalmente para crianças a autora mescla cultura popular com o jogo cênico construtivista, conseguindo aquilo que eu considero o teatro que sempre aposta na inteligência da criança. Hoje, ela é dona de um estilo que cada vez mais se confirma como o que há de melhor para sensibilizar o universo lúdico da criança. Os prêmios literários de nível nacional que já recebeu conferem o que digo.
Clarêncio Rodrigues, tanto nos seus roteiros musicados, na confecção e no manuseio dos seus bonecos em vários dos seus espetáculos como, por exemplo: “Minha Favela Querida” faz despontar a musicalidade e a versatilidade no domínio da linguagem títere. Clarêncio é considerado dentre os artistas do teatro de animação do Brasil como um dos grandes mestres marionetistas (bonecos de fios) da atualidade.
Nas adaptações de Frederico Araújo e José Antonio Mendes com os “Ode a Cabo Frio” e “Divinas Palavras” souberam como tratar o lirismo ressaltando e extraindo o que há de melhor da métrica poética para o aproveitamento cênico. Um tratamento difícil de ser feito, mas que se torna grandioso quando a eloqüência do colóquio interpretativo realça o poema, sem o tom monocórdio da declamação.
Em um parágrafo à parte, tive que observar o vento revolucionário da tragédia em todos os sentidos que passou por essas bandas: a do finado José Eduardo dos Santos. Dos tantos sopros dados por ele aos nossos poros sensitivos, o mais instigante foi o genialmente taciturno e engajado “Rosa & Becket”, uma obra representativa da vanguarda cênica, bem acima do controverso Gerald Thomas. Já estávamos nos preparando para sugar a versão que o mesmo faria com “Woiseck” de Buchner quando uma misteriosa mão assassina ceifou-nos de nós. Uma perda até agora também tragicamente sentida.
Discípulos de toda essa geração, mas apontando para caminhos próprios temos o jovem Eduardo Magalhães que, tanto na escrita como na encenação envereda-se pelo drama romântico filosófico nos mostrando a cada montagem sempre trabalhos de notável envergadura dramática. Um Ibsen sintético. Os prêmios que tem recebido, tanto trabalhando com crianças (Flor do Igarapé) como com profissionais (Farol da Madrugada) confirmam esse valor.
Ainda Marcelo Tosta, visceral, corpóreo com o seu boêmio “Nudez”, nos revela uma escrita cênica que permeia o naturalismo denso, psicológico e inquietante na melhor safra apregoada pelo teatro sensitivo de Frank Weddekind . Completando o quadro da diferenciação de linguagens que enriquecem o cenário dramático da cidade ainda poderemos apontar a comédia de absurdos de César Valentim em “Traços Típicos”, a adaptação narrativa dramática de Guilherme Guaral em “Eu Lírico”, os melodramas épicos de Ítalo Luiz e o terror “trash” de Anderson Mackleyves. Quanto a mim, muito mais afeto a mexer com todas as linguagens possíveis deixo que algum outro abusado analise a minha estética.
Mas o que eu quis dizer com este comentário? Quis dizer que com toda essa gama de fazedores com as suas linguagens referentes, Cabo Frio ainda não reconhece os seus artistas cênicos. Não os reconhece porque nem sabe que eles existem. Precisa sabê-los vivos e atuando. Por isso urge uma política de divulgação mais contundente das “coisas nossas” que acontecem no Teatro Municipal que, em conjunto com o requisitado e necessário Centro de Estudos Teatrais fará essa prática ter seu expoente aqui por essas bandas, projetando-a não só na cidade, mas em todo Brasil.
 
(José Facury -escritor)

MEMÓRIARTE


A poesiarte apresenta: Gabriel Joaquim dos Santos (1892-1985).
Conhecido como Seu Gabriel da Casa de Cacos. O construtor da Casa da Flôr em São Pedro da Aldeia-RJ.


Vejamos a forma poética do seu discurso:


·Eu tenho um pensamento vivo.
· Sonho pra fazer e faço.
· A casa depende do espírito, é uma casa espiritual.
· Aquelas flores é feita com caco, de telhas, é um coisa mais forte, caco de pedaço de pedra, porque quero fazer que fique aí, não se desmanche. A chuva bate, lava, é sempre, é uma sempre-viva aquilo.
· Às vezes saio para ver essas coisinhas que eu mesmo faço e eu mesmo fico satisfeito, me conforta.
· Esta casa não é uma casa, isto é uma história, é uma história porque foi feita por pensamento e sonho.
· Deus me deu essa inteligência. Vêm aquelas coisas na memória e eu vou fazer tudo perfeitinho como eu sonhei.
· Trabalhei sozinho, todo esse movimento que está aqui não tem ajuda, eu que fiz tudo com as minhas mãos.
· Eu quero os cacos porque dos cacos eu vou fazer as coisas para as pessoas se admirar, pra quê quero comprar uma jarra nova? Jarra comprada eu não preciso. Isso não tem graça.
· E assim levo a minha vida assim nos sonhos, sonho toda noite. Eu durmo tarde da noite, mas quando vou dormir assim mesmo vêm os sonhos. Vêm aqueles sonhos, aquela visão, aquele pensamento...
· É Deus que resolve a dúvida. Sem Deus não dá, não tem nação, não tem país, não tem cidade, não tem nada. Precisa Deus.
· O Brasil é uma nação muito grande, precisa paz, precisa civilização, precisa educação. Precisa muito cuidado com o Brasil.
· Eu indo em Cabo Frio, entro na casa daquelas grã-finas, eu trago tudo na mente que eu vi naquela casa, aí é que está, não tiro retrato não, se eu tiver o material, chego em casa e vou fazer perfeito.
· Ainda está claro do dia, eu já estou procurando a cama, mas não pra dormir, prá pensar. Me deito na cama, pego a imaginar até meia-noite, pensando. O meu sentimento vai muito longe.
· Vem uma pessoa com um azulejo, eu boto. Vem uma pessoa com um caramujo, eu boto. Vem uma pessoa com um prato quebrado, quebra uma jarra, eu faço aquela ramagenzinha, uma rosa, boto prá enfeitar.

(Seu Gabriel)

domingo, novembro 20, 2005

ARTIGO DE MERI DAMACENO


A poesiarte apresenta: Meri Damaceno. Escritora e memorialista cabo-friense.

Vejamos uma das crônicas resgatada no livro Cabofrianças, que fala a respeito da Festa do Divino em Cabo Frio-RJ:



"Tambor de Matias"

Nesta festa religiosa havia um pedidor de esmola que saía, por todos os cantos do município, arrecadando donativos para a realização da festa, uma das mais tradicionais que Cabo Frio já teve nos seus áureos tempos. Esse pedidor percorria a cidade, durante dois meses, coletando prendas para os leilões e rifas. Sempre que alguém contribuía, o pedidor de esmola oferecia, em agradecimento, um pedaço de fita da bandeira do Divino Espírito Santo acompanhando a gentileza com versos improvisados ao som das batidas compassadas de um tambor. Se alguém não pudesse contribuir, mesmo assim os versos eram puxados na hora.
No início deste século, um tirador de esmola saiu pelo município pedindo donativos e foi parar na Massambaba, nas salinas de propriedade de Érico Coelho, onde o responsável pela salina era Narciso Lopes. Ele pediu a seu Narciso um donativo qualquer para a festa do Divino, mas este informou que a safra de sal estava muito fraca e que não poderia colaborar. O Chefe da folia, assim mesmo, tirou os versos em agradecimento pela atenção:
"Cada vez entendo menos
o negócio do Narciso;
quando penso que dá lucro,
está dando prejuízo"
Retirou-se do local e seguiu adiante com seu tambor, até a divisa de Praia Seca com Araruama, onde havia uma fazenda. Ao encontrar o proprietário, explicou que estava pedindo esmola para a festa do Divino.
Prontamente o fazendeiro autorizou-o a pegar um garrote com um dos empregados da fazenda. E ele, muito feliz pela doação, iniciou o seu verso:
"Salve! A Pomba Divina ..."
Estava se referindo à Pomba do Divino Espírito Santo. Não terminou a segunda linha do verso pois, imediatamente, começou a apanhar do fazendeiro sem entender o motivo e, no meio da confusão, o seu tambor foi voar longe, furado. Só mais tarde, em meio ao bate boca, é que ficou sabendo que a esposa do fazendeiro se chamava Vina. Saiu dali debaixo de um sol escaldante e voltou a Cabo Frio sem nenhum donativo e com o tambor furado.
Ao se aproximar das dunas de Arraial do Cabo, lembrou-se que lá havia o senhor Matias Neves que possuía um tambor que era usado em várias festas da região, principalmente nas de São Pedro e do Divino. Aproveitando que já estava a meio caminho, foi até a casa de Matias Neves, Chegando lá com seu tambor furado, contou o que havia acontecido e perguntou se ele poderia lhe emprestar o tambor para tirar esmola. O senhor Matias então disse:
- De tanto emprestar o meu tambor, o couro arrebentou e, com a sobra, fiz um rabicho para o meu burro.
- Infelizmente, meu tambor está sem couro.
O pedidor de esmola, ao olhar para o quintal da casa e ver o burro com o couro preso debaixo do rabo, imediatamente tirou esses versos:
"Foste tambor de São Pedro,
em muitas festa tocaste;
hoje, no cu deste burro,
veja a que ponto chegaste."
Voltou cabisbaixo para Cabo Frio, sem nada conseguir: apenas algumas escoriações e um tambor furado.

(Meri Damaceno - memorialista cabo-friense)


Festa do Divino em Cabo Frio-RJ anos 40

sábado, novembro 19, 2005

POESIARTE DE AYRTON CHRISTÓVAM (TONGA)


A poesiarte apresenta: Ayrton Christóvam dos Santos. Conhecido por Tonga. Poeta.

Vejamos a poesia ganhadora do concurso Teixeira e Souza de 1994 de sua autoria:


"Reminiscência"


Já disseram que o passado
É um livro amarelado
Guardado dentro da gente.
Se a saudade ou nostalgia
Nos assola certo dia
Ele se torna presente...

Comigo foi bem assim:
Eu senti nascer em mim
Algo obscuro, velado...
Logo, o espinho da saudade
Fez lembrar-me a mocidade
E mergulhei no passado...

Guardo tão bem na memória
Mamãe me contando a história
De Aladim e Ali-Babá;
Ou de crendice inocente,
Metendo medo na gente:
Lobisomem, boitatá...

Lembro com grande emoção
Da Primeira Comunhão,
Quando sete anos eu tinha,
As aulas de Catecismo
Dadas com preciosismo
Por dona Mariazinha...

Lembro do Grupo Escolar
Aonde eu ia estudar
Toda manhã, bem cedinho...
Na frente tinha um jardim
E um belo pé de jasmim
No quintal, junto ao moinho.

Recordo da professora
Maria Auxiliadora,
Iniciante a carreira...
Velhas Mestras, quanta história:
Dona Ismar da Glória
E dona Amélia Ferreira.

Nesse tempo o Carnaval
Era uma festa colossal.
Como é bom ser relembrado
O ritmo e a melodia
De Escolas:"Paz e Harmonia",
"Racordação do Passado".

Quantos bons carnavalescos.
Que críticos pitorescos:
Chico de Gina, Espingarda...
E o Bloco dos Tubarões,
Com Mureb e os foliões,
Só gente da Velha Guarda.

Os mascarados bizarros,
Os Corsos com muitos carros,
Até Rei Momo e Rainha.
O Bloco de Zé Barbosa
Cantava coisa mimosa,
E vinha lá da Abissínia.

Lembro a festa da Padroeira...
Também a semana inteira
Só de comemoração.
Era uma festa de vulto,
Onde se rendia o culto
À Senhora da Assunção.

Festa do Morro da Guia...
Meu Deus, como gostaria
Que não tivesse acabado.
Lembro a estreita passarela
Que conduzia à Capela
Pelo Morro embandeirado.

Ah, Cabo Frio querida
Onde gozei minha vida
Em tempos que estão atrás...
Hoje és "Noiva do Progresso"
E eu na lembrança regresso
Aos tempos que não vêm mais.


(Poeta Tonga)

domingo, novembro 13, 2005

POESIARTE DE JOSÉ ANTUNES


A poesiarte apresenta: José Antunes Gonçalves. Poeta cabo-friense.

Vejamos um trecho de um poema de sua autoria:

"Cabo Frio, nossa jóia rara,
Esculpida pelas mãos do Criador
Protegida sob o manto da Assumpção
Abençoada pela Trindade do Amor."

(Poeta José Antunes Gonçalves)

POESIARTE EM FOCO DE CACILDA SANTA ROSA


A poesiarte apresenta: Cacilda Santa Rosa. Poeta e musicista, que foi homenageada com o nome do teatro do Instituto Santa Rosa de Cabo Frio.


Vejamos um trecho de uma de suas poesias:


"Cabo Frio terra que a todos encanta
Cheia de fascinação
Tendo como Padroeira
A Virgem Senhora D'Assumpção."


(Poeta Cacilda Santa Rosa)

sábado, novembro 12, 2005

POESIARTE EM FOCO DE ANTÔNIO LUNA


A poesiarte apresenta: Antônio Luna. Poeta.

Vejamos um poema de sua autoria:


"Cefaléia"


Onde estão vó sapientíssimos doutores que não atendem à minha insessante lamúria de dor. Às vezes até penso que é castigo ou praga que Deus me pôs, como marca para que eu não esqueça das minhas limitações.

Onde estão vós sapientíssimos doutores que me usam como cobaia e entorpece meu debilitado organismo de remédio na ânsia de um dia descobrir a droga que lhe dará o prêmio nobel de medicina.

Onde estão vós, malditos doutores. Por que se tornaram inertes diante do meu mal? Até quando terei que suportar este tic-tac, corroendo meu célebro e sugando as minhas forças e deturbando minha fé.

Onde estão vós, anjos de brancos que não exorcita este demônio que habita as entranhas dos meus neurônios; que está me fazendo um ser desprezível e insano.

Onde estão vós sapientíssimos doutores que não explode de uma vez esta bomba que tenho dentro da cabeça.

(Poeta Antônio Luna, Cabo Frio)

POESIARTE EM FOCO DE SOTERO T. DE SOUZA


A poesiarte apresenta: Sotero T. de Souza. Poeta cabo-friense.

Vejamos uma poesia de sua autoria:

"Cabo Frio nossa terra"

Cabo Frio cidade beleza
Toda trajada de luz
Dona das praias bonitas
Com suas águas azuis.

O sol aquece os seus dias
Levando a todos calor
As noites são feiticeiras
Fazendo de você, um ninho de amor.

Sua lua se veste de prata
Para poder o poeta inspirar
E criar as páginas mais lindas
Na grandeza do seu exaltar.

Cabo Frio, é tudo isso
Cabo Frio, é muito mais
Cabo Frio, é amor.
Cabo Frio, é paz.

(Poeta Sotero T. de Souza)

domingo, novembro 06, 2005

POESIARTE EM FOCO DE TORREANO


A poesiarte apresenta: Torreano. Poeta. Foi membro da Academia Cabofriense de Letras e autor do livro "O Pai do Romance Brasileiro".

Vejamos um poema de sua autoria:

"Garra de Tamoio"


E carrego do índio essa fúria atrevida,
E não sinto nem noto sequer o cansaço,
E tolher nada pode a cadência do passo,
Em procura da Glória pra Terra querida.

E prossigo na trilha da luz decidido,
Sempre vendo o teu céu - esse mar infinito,
E do arroubo desprende e se expande meu grito,
Eclodindo na plaga em teus ares perdido.

Mas que estranho destino - na vida evocando,
Uma ponta de terra apartada do mundo;
Mas que musa inquieta e nem mesmo um segundo,
Ela vai-se de mim...e só vive cantando.

A verdade não importa. A mim sempre está junto;
Ela surge e ressurge entoando um festim
- Esta musa do campo sonhando sem fim;
É da terra ou do céu?...eu às vezes pergunto!!!

(Poeta Torreano - Cabo Frio-RJ - 1970)

sábado, novembro 05, 2005

POESIARTE EM FOCO DE REINALDO CAÓ

A poesiarte apresenta: Reinaldo Caó. Poeta, ensaísta, cenógrafo, pintor, desenhista, artista plástico e animador cultural.

Bairro da Passagem, Cabo Frio-RJ.













Sua primeira exposição aconteceu em 1987 no Charitas, hoje Casa de Cultura José de Dome, em Cabo Frio.

Contato: (22) 2629-4126.

POESIARTE EM FOCO DE ANTÔNIO DE GASTÃO


A poesiarte apresenta: Antônio de Gastão. Poeta, escultor e músico. Nasceu em 13/02/1912 e morreu em 1989. Cabo-friense nato.


Vejamos uma de suas poesias:

"Poema das Dunas"

Oh, nossa duna dama
Que os jovens vão visitar
Você está ameaçada
É triste se acabar

Quando eu piso nas suas areias
Brancas, meu coração sente dor
É triste se destruir
O que a natureza criou
Nas matas de nossa duna
É um passeio bacana
Tem cutia, tem guapeba
Tem camboim, tem bapuana

Mata verde colorida
Cercada de gravatá
É um patrimônio histórico
Que não pode se acabar

É beleza de Cabo Frio
Que os jovens vêm visitar
Nela existe um poço d´água
Que todos precisam ver
Deixado pelos tamoios
Água boa pra beber


(Poeta Antônio de Gastão)

domingo, outubro 30, 2005

POESIARTE EM FOCO DE WALDEMIR TERRA CARDOSO


A poesiarte apresenta: Waldemir Terra Cardoso. Poeta cabo-friense.


Vejamos uma de suas poesias:


"Zé Tarrafeiro"


Venho pedir-lhe a mão de um donzela,
Para um amigo meu - Zé Tarrafeiro
Ele gostou de sua filha e ela
Foi até quem gostou dele primeiro.

Rapaz pobre, é verdade, mas direito,
Simples, modesto, bom, trabalhador,
Vive da pesca e goza do conceito
De ser aqui o melhor tarrafeador.

A cousa começou por um brinquedo...
Mas coração de gente é um rochedo
Onde a ostra do amor se vem pegar...

E o amor é como a ostra: quando pega,
Nunca mais do rochedo se desprega,
Não há nada que a faça mais largar...


(Poeta Waldemir Terra Cardoso)

POESIARTE EM FOCO DE VICTORINO CARRIÇO



A poesiarte apresenta: Victorino Carriço. Poeta. Foi membro da Academia Cabofriense de Letras e fundador do E.C. Brasil. Nasceu em 29 de julho de 1912 e morreu em 20 de maio de 2003. Lançou quatro livros de poesia, são eles: "Mar e Amar", "Vidas Mortas", "Se Voltares..." e a coletânea dos três livros juntos lançada em 1997.

Vejamos uma de suas poesias:

"Se eu pudesse..."

O que passou, passou, não volta mais;
O que vier, não foi o que passou.
Um bom passado só saudades trás,
Da boa infância que tão longe ficou.

Ficaram essas coisas para trás;
O tempo inexorável as sepultou.
Me dá vontade de correr atrás,
Disso tudo tão bom, que não voltou.

O beijo que eu dei na minha namorada.
Não se beija a primeira namorada;
A vontade nos fica a vida afora...

As aulas, férias, como é bom lembrar!...
Papai, mamãe; tão bom o nosso lar...
E a gente ausente disso tudo agora.

(Poeta Victorino Carriço)

sábado, outubro 22, 2005

ARTIGO DE JOSÉ CORREIA


A poesiarte apresenta: José Correia. Escritor, editor-chefe do Jornal de Sábado de Cabo Frio-RJ e membro da Academia Cabofriense de Letras.

Vejamos um de seus textos publicados no Jornal de Sábado:


“Salve o compositor e poeta Victorino Carriço”

Dia 20 de maio de 2003. Terça-feira. Dia da morte do compositor e poeta Victorino Carriço. Há quem defenda que devemos festejar a morte e não o nascimento, porque é no fim que sabemos quem a pessoa foi. O sentido festejar não me agrada, embora saibamos quem Victorino foi e que merece todas as homenagens. Estive no velório de Victorino no Charitas. Falei com familiares do poeta - com Ercília, com Fernanda - e como soube que o enterro seria no mesmo dia fui à sede da Rede Litoral e fiz um comentário para a Rádio Litoral chamando a atenção para a hora do enterro de Victorino Carriço. Voltei logo para o féretro. Estacionei o carro na Praça Porto Rocha, ia em direção ao Charitas e ali na altura do Bradesco vi que o acompanhamento ao corpo de Victorino Carriço em sua última passagem sob a ponte, como dizia Antonio Terra, não seria feito a pé. Vi motos da Guarda Municipal facilitando o trânsito para o carro da funerária com uma coroa de flores sobre o teto que era seguido por uma fila de carros. Voltei para pegar meu carro a fim de me somar àquela corrente de sentimentos e ouço alguém, desinformado sobre o que estava acontecendo, comentar: “Rapaz, morreu um figurão”. Caminhava pela Praça Porto Rocha e ia pensando na frase, “morreu um figurão”. Victorino Carriço um homem simples, honesto, bom, dedicado à poesia, passava anos quase que desapercebidamente pela rua (ele costumava justificar seus passeios em Cabo Frio - ele vinha do Arraial do Cabo, onde morava - com o ensinamento de que “mamãe dizia: é melhor andar à toa do que ficar à toa”). E naquela terça-feira, Victorino Carriço era visto como um “figurão”. Bem que ele merecia ser tratado pelo que representava. Foi o primeiro gerente de Banco em Arraial do Cabo e sub-delegado, em 1972 foi o vereador mais votado de Cabo Frio e presidente da Câmara. Mas Victorino Carriço não fez essa opção promissora que qualquer outra pessoa faria. Ele foi diferente, dissidente. Deixou tudo isso de lado e fez muitos hinos (as letras sempre com um ensinamento, uma filosofia de vida). O hino de Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, do Clube Tamoyo, da Álcalis, da escola Sagrado Coração de Jesus. Fez belas composições, como “Voltei ao Baixo Grande”. Ele criou porque faltava alguém para dar vida onde faltava vida. Fez sem cálculo, sem o menor interesse de transformar tudo isso em cifrões. Aquela existência oficial de ser vereador, gerente de Banco, de fundador de clube, era a vida repetitiva, sem criatividade. Esse figurino não cabia em Victorino porque ele era incomum. Ele se deu, comprometeu sua vida, seu conforto e o de sua família, por uma causa. Quantos sabem a luta que Victorino travou? Ele nos fez acreditar que o ser humano é bom, pode fazer coisas belas. A nobreza está neste projeto sincero de vida. Voltei a pensar na frase que havia ouvido na rua e me convenci: “Sim, morreu um figurão”. E a luz invadiu o abismo.


Ainda Victorino - Conheci bem Victorino ali pelos anos 1980. Freqüentemente ele estava na casa em que morava em frente ao Clube Tamoyo. Conversávamos. Hoje todo mundo tenta tirar uma casquinha de Victorino Carriço. Não pretendo fazer isso. Embora a diferença de idade entre nós fosse de 40 anos, tínhamos em comum algumas coisas. Estudamos no Colégio Brasil, em Niterói. Éramos da Academia Cabofriense de Letras, tínhamos amigos em comum. Ele me dava o privilégio de gastar o tempo com ele. Como Victorino, sempre me achei despreparado para tirar proveito da vida em seu sentido mais literal, ganhar dinheiro, falar sobre coisas objetivas. Embora achasse Victorino um nostálgico - ele disse em uma de suas canções, “não sei porque cresci”, num hino, “o passado não volta jamais”, e em outros momentos, a saudade de mamãe -, ele me lembrava meu pai e isso me agradava. Editava o jornal Aqui, onde Victorino publicava suas trovas/pensamentos. Sei algumas de cor. Estive com ele na Ponta do Ambrósio, ele me mostrando a casa onde nascera e a ponte ligando a Ponta do Ambrósio a Cabo Frio com seu nome, a Ponte Victorino Carriço, uma homenagem do deputado estadual Otime dos Santos. Acho sensacional a sua memória sonora, a de quem, em 1920, ouviu a queda da ponte de Cabo Frio. Em 1926, garoto, ele estava com sua turma do Sagrado Coração para a inauguração da Ponte Feliciano Sodré. Volto a terça-feira, no sepultamento. Que bela voz, a voz de Reci, mulher de Tonga, puxando o hino de Cabo Frio no enterro de seu tio Victorino Carriço. Quero colaborar em divulgar um desejo de Victorino Carriço: ele volta e meia me dizia que queria ser reconhecido como compositor e nem tanto como poeta. Salve o compositor Victorino Carrriço!
(Escritor José Correia)

POESIARTE EM FOCO DE JOSÉ CASIMIRO


A poesiarte apresenta: José Casimiro. Poeta e membro da Academia Cabofriense de Letras.

Vejamos um de seus poemas do livro "Lira do Povo":

"José de Dome"

Foi-se embora o grande artista
Porém, ficou o seu nome,
Que não será esquecido
- Esse que foi Zé de Dome.

Sendo ele um grande gentleman,
Sem ter rodeios verbais. Com seu
Nome por enredo
Nos grandes carnavais.

E salve o artista da capa,
Que é talentoso pintor,
Esse craque da paleta,
Manejando-a com amor.

(Poeta José Casimiro)

sábado, outubro 15, 2005

POESIARTE EM FOCO DE LINDBERG BRITO


A poesiarte apresenta: Lindberg Alburquerque Brito. Escritor e membro da Academia Cabofriense de Letras.

Vejamos um de seus poemas do livro "Romance no Paraíso" de 2003:


"Saudades"


Oh! que saudades de Ju...Juliana!
Menina doce que corria atrás de biju!
Seus olhos, brilhantes, da cor azul do mar...
Que acabou nos braços do Itajuru!

A riqueza não trouxe alegria, só fantasia!
E abandonou tudo para viver na magia!
Com um filho no ventre, foi uma paixão sofrida,
Mas ganhou o céu para a nova vida!...


(Lindberg Albuquerque Brito)

domingo, outubro 02, 2005

POESIARTE EM FOCO DE NELITA TEIXEIRA


A poesiarte apresenta: Nelita Teixeira. Poeta cabo-friense.

Vejamos um de seus poemas:


"A Chaminé"

Região de muita terra!
Um rio, montanhas e prados.
Aqui viviam dois povos,
Os puris e os coroados.
Nesta imensa região,
Outrora "Sertão Bravio",
Depois mui ricas fazendas,
de café era o plantio.
O gado e as plantações,
O progresso ia chegando.
O engenho de açúcar
A minha gente empregando.
Quando eu fui construída,
Em mil novecentos e três,
Fui orgulho do meu povo,
Como hoje, de vocês
Assisti toda mudança.
As ruas sendo calçadas,
Luz elétrica chegando,
Nas casas, água encanada.
E o movimento aumentando.
Máquina pra todo lado.
Mineiros e nordestinos,
Trabalho tinham um bocado!
Perguntei: que será isso?
Que reboliço, afinal!
O progresso ali estava:
Siderúrgica Nacional.
Tudo foi sendo mudado.
Nem gado e nem café.
Muita coisa derrubada,
Só eu continuo em pé!
E o povo participando
Com muita animação.
Por causa da CSN,
veio a emancipação!
Quem mais marcou seu progresso
Foram os trabalhadores.
Operários conscientes
De direitos e deveres
Eles fizeram a história
Sou testemunha e dou fé.
Quem lhes fala esta verdade,
É o marco histórico: a Chaminé.


(Poeta Nelita Teixeira)

HOMENAGEM PARA LEONARDO MACHADO



A poesiarte apresenta: Leonardo Machado. Cronista do Jornal de Sábado de Cabo Frio-RJ e médico. Morreu em 22/10/05. Conhecido como o único Pajé médico de Cabo Frio e amigo deste poeta criador deste blog. 


Vejamos um texto inédito de sua autoria:

"A Cadela"

Diana, uma cadela sem vergonha. Lindíssima, com um charme que todas as outras curvavam-se. Não havia um cão que não a paquerasse.
Gostava de cavalos, ora bolas era tesão dela embora criticada pelos donos.
Sempre chorou quando eu chorava, sempre sorriu quando eu sorria.
Não podia ir a rua que todos os cachorros a perseguiam. Tinha a altivez de atender a todos, fossem eles pulguentos, leprosos, ou com qualquer moléstia não conseguiam contaminá-la.
Era gente tão boa, que um dia construi um pequena casinha para ela, ela achou que era um castelo, cagou em cruz.
Diana meu amor, tanto fizeste que o destino se aporrinhou, pois ele só dá os prêmios a quem não os merece, veja aquele cachorro daquela mulher riquíssima que morava ao lado? Tanto insistiu que você acabou dando para ele. Não merecia.
Diana se não fosse esse fusca louco que atropelou eu ia casar contigo.
Trocaria você por qualquer mulher.

TE AMO! TE AMO! TE AMO!

(Leonardo Machado - cronista do Jornal de Sábado)






sábado, outubro 01, 2005

POESIARTE EM FOCO DE MANO MELO


A poesiarte apresenta: Mano Melo. Poeta e ator.


Vejamos uma de suas poesias:


"LEBLON DOS BRACARENTES,JOBILADOS
E GUANABARINOS"
Acordo ao meio-dia no sábado de tempo bom.
Vou fazer meu périplo
Pelo bairro do Leblon.
Começo na Rio-Lisboa,
Com um suco, média tamanho triplo,
Um pão na chapa e um ovo no ponto.
Sobre a morena elegante que virou a cara
E fingiu não me notar,
Depois eu conto.
Mas tem a ver com um lance
Lá no Guanabara,
Em que devorou uma pizza horrorosa
De sardinha com lingüiça.
Custava os olhos da cara,
E quem pagou fui eu.
(Antes fosse o Alceu,
Aquele poeta -valença com alma de criança).

Depois do café,
Caminhar a pé
Do Leblon a Ipanema.
Cruzei com Maria Lúcia,
Uma artista de cinema
Tipo assim loura devassa,
Em plena temporada de caça.
Perguntou se eu tinha um baseado,
Ou mesmo uma bagana.
Me ofereci como seu amado,
Seu ursinho de pelúcia,
Sua onça sussuarana,
Seu rato de banhado,
Mas só podia lhe oferecer
Uma pinga com limão.
Ela respondeu: nordestinos não me despertam tesão.

Não armei nenhum barraco.
Enfiei a viola no saco
E fui cantar noutra freguesia.

Já passava das três horas,
Entrei lá no Bracarense,
Dei de cara com o Zequinha, o Popó e a Renata
Da Academia da Cachaça
(Pena que Annette Leibing foi morar
em Toronto
Senão
estaria entre nós).
O professor Eppinghaus conversava com o Queiroz,
O alemão Günther e um português de Figueira da Foz.
Kiki, Laurinha e o doutor Marcus Renato

Levavam um papo cabeça com o Pedro Arquiteto
E o Chico Granadero.
Chegou o carequinha Nélson Ricardo
E uma torcedora do Fluminense.
Que belo traseiro!
Seu nome? Maria Joana,
De vulgo Maria Fumaça,
Que escreveu na camiseta:
O que vier a gente traça.
Cumprimentei Ernesto, Chico e Dirceu,
Tomei um chopp e saí fora
Com Cláudio Lisboa e mais dois roteiristas do Renato Aragão.
Fomos ao boteco do Joaquim
Na Rua Cupertino Durão
(Alguns preferem chamar de Rua do Cu Pertinho do Durão).

Dali para o Tio Sam.
Estava lá João Ubaldo
Acompanhado daquela morena dançarina do Tchán.
Os dois discutiam sobre Lacan.
Ela pediu ao garçon: me trás um caldo,
Meu Rei!
O cara ficou tão nervoso
De ser chamado de Rei
Por aquela Rainha
Que ao invés do caldo
Lhe trouxe um osso
Mergulhado na farinha.
Depois saiu dançando numa perna só
Cantando a musiquinha da eguinha pocotó.

No Arataca da Cobal
Avistei o Carlos Magno,
Figura rara, magnânima.
Leu a minha sorte e fez meu mapa astral:
Depois que completasse sessenta
Eu realizaria todos os meus amores
E acenderia charutos com notas de mil.
Morreria aos cento e trinta
Nos braços de uma ninfeta de noventa.

Do Arataca ao Gabriel dos Açores.
Encontrei Saraceni , Soraya, Maria Gladys, Ricardo Ruiz,
Renato,Tavinho Paes, Dalmo Castelo,
João Fontes, Abel Silva, Antonio Pedro e Mano Melo.
Depois chegaram a Eliane e o Chico Caruso.
O papo estava confuso,
Mas todo mundo feliz.
Antonio Pedro discursava que o Leblon era uma selva.
Uma selva de pedra - completava o Abel Silva.
- Selva de pedra não,
A Ilha das Maravilhas,
Rebateu, exaltado, o Ruiz.
- Nem ilha nem selva,
Uma praia,
Discordava o Renatão.
- Uma praia carinhosa, uma prainha!
Fechou Tavinho Paes, comendo um naco de pão.
- Data Vênia! Data Vênia!
Anistia para o chopp de vocês!
Discursou, impoluto, o João Fontes:
- É preciso fazer leis
Para preservar nosso horizonte!
Dalmo Castelo batucou na mesa
E criou na hora um samba-exaltação:
Maria Gladys é a rainha
A quem o sol diz bom dia
E Soraya uma sereia
Cercada de tubarão.
Batamos os copos,
Brindemos olhando nos olhos!
Quem brinda sem olhar nos olhos
Passa sete anos sem trocar o óleo!

Já vi onde termina o babado
Deste sábado.
Menino,
Nesse andar da carruagem,
Meu bolso vai bater pino.
Se eu passar no Bar do Tom
Talvez o João Sérgio me ofereça umas cervas.
Ou vou lá na Argumento,
Compro o disco do Nelson Sargento
E lavo o estômago com aquele chá de ervas
Que eles servem no Café Severino.

Vou descendo a ladeira -
Sem marcar bobeira, extrapolar meus porres
Nem ficar bebum.
Encontro o Alfredo, aquele jornalista do JB
De sobrenome complicado.
Jurou por Deus e por tudo de sagrado:
- Deixei de beber.
E convidou para uma dose de rum
No Café Antonio Torres
Da Letras e Expressões.
Beleza! Assim poupo uns tostões
Para a saideira.

E saideira que se preza
Tem que ser no Jobi.
Ó Paiva! reserva uma mesa
Para o meu chapéu.
Diz pra Melissa Mell
Que espere por mim!

POESIARTE EM FOCO DE ARTUR GOMES



A poesiarte apresenta: Artur Gomes. Poeta, ator e produtor cultural. Natural de Campos dos Goytacazes-RJ.

Vejamos uma de suas poesias:

"Língua Nova"

a língua
escava entre os dentes
a palavra nova
fulinaimânica
sagarínica
algumas vezes muito prosa
outras vezes muito cínica

tudo o que quero conhecer
a pele do teu nome
a segunda pele
o sobrenome

minha língua não tem pátria

no que posso
no que quero
a pele em flor
a flor da pele
a palavra dandi
em teu corpo nu
a língua em fogo
a língua crua
a língua nova
a língua nua
fulinaímica
sagaranagem
palavra texto
palavra imagem
e no céu da tua boca
a língua viva
se transmuta na viagem.

(Poeta Artur Gomes)

sábado, setembro 17, 2005

POESIARTE EM FOCO DE GESSÉ CARDOSO


A poesiarte apresenta: Gessé Cardoso. Poeta.

Vejamos uma de suas poesias do livro "Anel de Vidro":

"Transitoriedade"

Atiraram pedras em você?
Não revide.
Não olhe para trás.
Limpe o ferimento e prossiga.
Quem fere,
fica por algum tempo
intimamente vitorioso.
Só por algum tempo.
Não me refiro ao tempo da eternidade.

(Poeta Gessé Cardoso)

POESIARTE EM FOCO DE ERALDO MAIA


A poesiarte apresenta: Eraldo Maia. Poeta e professor.

Vejamos uma de suas poesias do livro "Com versos, com Deus":

"Ambição"

de ser como os lírios
que não tecem nem fiam

de ser como os pássaros
que não plantam nem colhem

de ser como o tempo
transcorrendo sem pressa

de ser como o riso
na boca das crianças

de ser como o instante
que sendo se eterniza

de ser como os simples
que com pouco se alegram

de ser como as folhas
integradas na árvore

de ser como a gota
diluída no mar

de ser como Deus
repartido por tudo

(Poeta Eraldo Maia)

domingo, setembro 11, 2005

POESIARTE EM FOCO DE CÉLIO MENDES GUIMARÃES


A poesiarte apresenta: Célio Mendes Guimarães. Poeta e membro da Academia Cabofriense de Letras.

Vejamos um de seus poemas do livro "Quando as pétolas voltam à Rosa":

"O Grito do Mandacaru"

Por que choras inocente criança?
Faltou-te acaso o afago do teu lar?
Feriu-te o pranto uma triste lembrança?
Não quis alguém a ti querer-te amar?

E ela, no contristar de sua herança,
Entre soluços sem poder falar,
Sussurrava que desgraçada lança,
Feriu a todos sob o teu olhar:

- Torrou o pasto e queimou a caatinga...
Secou açude e matou todo o gado...
Crestou o verde de toda a restinga,

Como o castigo que no mal investe...
E um mandacaru, triste e desolado,
Gritou ao céus...-Deus! Salvai o Nordeste!...

(Poeta Célio Mendes Guimarães)

sábado, setembro 03, 2005

HOMENAGEM PARA MÁRCIO CORRÊA POR RODRIGO POETA


A poesiarte apresenta: Rodrigo Poeta. (Rodrigo Octavio Pereira de Andrade),poeta, professor e pesquisador.

Vejamos uma de suas poesias em homenagem ao Deputado Márcio Corrêa:

"A um cidadão chamado Márcio Corrêa"


Homem simples, cabo-friense,
Político, do povo, médico,
Pai, filho do ilustre e sempre

Prefeito desta cidade, Alair Corrêa.

Esportista, aluno ilustre
Da Escola Sagrado Coração de Jesus,
Determinado, amigo,
Que nos deixou prematuramente,

Mas que agora está no mundo celestial
Aos braços de Deus.


Filho da Vila Nova como o pai,
Político talentoso como o pai,
Homem de coragem e transparente

Com a verdade.

Assim foi e sempre será
O saudoso Márcio Corrêa,

Vereador, Deputado Estadual e amante
Da vida, que ficará eternamente
Nas lembranças de seus amigos agora
Com o Memorial.

Perdeu sua vida na rodovia da morte,

Que ele sempre lutou para ser da vida
E que no futuro será graças a sua determinação
E pela diplomacia política do Estado e da Região de sua vida.


Aqui, ficam as palavras
Em lágrimas de alegria,

Em homenagem ao homem
Simples que foi o Deputado
Márcio Corrêa e que sempre ficará
No nossos corações.


(Poeta Rodrigo Octavio - 26/08/05)


Poema publicado no Lagos Jornal de Cabo Frio em 15/10/05.


"Fiquei muito feliz e gratificado pela poesia que o amigo fez para o meu filho Márcio. Que Deus o abençoe." (Alair Corrêa)

domingo, agosto 28, 2005

POESIARTE EM FOCO DE PAULO ORLANDO DOS SANTOS


A poesiarte apresenta: Paulo Orlando dos Santos. Poeta cabo-friense, radialista e professor. Nascido em 08/12/44.

Vejamos um de seus poemas:

"Aves do Poente"

As aves do sol poente
Entre gorjeios e cores
Asas e amores
Ruído de mar
Vão-se em bandos.
O dia se despede no céu pintado de carmim.
Descarto a velha carcaça,
Me pinto de vermelho,
E diante do milagre,
Abro as asas,
E como as gaivotas,
Vôo sem rumo,
Ao arrebol.

(Paulo Orlando dos Santos - poeta cabo-friense)

sábado, agosto 27, 2005

POESIARTE EM FOCO DE JANE LACERDA



A poesiarte apresenta: Jane Lacerda. Poeta, professora e contadora de história.

Vejamos uma de suas poesias:

"Emenda"

Só tem pó no parapeito
Parou o tempo
Parou o vento
Parou o curso
Não vou, não venho
Não uso
As letras pulam da janela
Ao leito
O medo cala e seca o peito

Não há deleito
Tudo é invento
E aqui nada se tenta
As câmeras registram: o vento,
Vento de abril
de agosto
de setembro
Pra que tanto vento?
Talvez para pôr pontos
nos emendos...

(Poeta Jane Lacerda)


domingo, agosto 14, 2005

ARTIGO DE INDRA CORCES OLIVARES


A poesiarte apresenta: Indra Corces Olivares. Poeta chilena. Mora atualmente no Brasil, na cidade de Cabo Frio, mais precisamente em Unamar no segundo distrito. Foi aluna do poeta Rodrigo Octavio no Instituto Santa Rosa.

Vejamos um de seus textos:

Literatura

Podemos apreciar que a Literatura pode-se tornar uma peça segura dentro de um ângulo ou perspectiva em que observamos nela. A Literatura pode ser uma cruz a carregar ou um doce a saborear, em que o maior dos poetas se delícia no ritmo de sua palavra, onde o deleite de sua tonalidade o leva ao maior êxtase, como um coro de anjos a cantar no céu da sabedoria, onde reina o olhar de sua personalidade.
Personalidade que nos leva a uma viagem literária criada pelo ser humano, que usa o dom da palavra como sua peça chave, para o sorriso do sol que nos ilumina.
O conhecimento de belas letras, que trasmite poesia, sentimento, paixão e situação social ao estudo das palavras no que diz em expressão e reflexão.
Como todos os grandes apaixonados, gosto da delícia da perda de mim, em que gozo da entrega do sofrer no escrever inteiramente. E assim muitas vezes, escrevo sem pensar, num devaneio externo, deixando que as palavras me façam festas, criança menina a colo delas.
Os poetas classificam as palavras pela alma, porque gostam de brincar com elas e para brincar com elas é preciso ter intimidade com elas.
Coloco-me diante delas, do amor, do perigo, da morte e da derrota. Amo tanta as palavras, elas as inesperadas...Vocábulos amados que brilham como pedras coloridas, que saltam como balas de prata ao som da espuma do mar metálico em cor de suas gotas. Persigo algumas palavras que são belas e quero tê-las em toda minha poesia e filosofia.

(Poeta chilena Indra Corces Olivares)

sábado, agosto 13, 2005

POESIARTE EM FOCO DE LARISSA BARROS


A poesiarte apresenta: Larissa Barros. Ganhadora do concurso Projeto Poesiarte, realizado no Centro Educacional Missão de São Pedro da cidade de São Pedro da Aldeia em 2004.

Vejamos o poema:


"A Casa dos Azulejos"

Azul como o céu,
Doce como mel
É a casa dos azulejos
Cheia de sonhos e desejos.

Interessante e artística,
Cada azulejo mais lindo que o outro,
Olha que não tem pouco.

Cada mosaico impressionante,
Cada arte emocionante...
É a cultura do Brasil,
Que está sempre a mil.

Onde hospedou-se a princesa Isabel
Em São Pedro da Aldeia,
Na aldeia dos índios,
Na aldeia dos pescadores
Com muitas riquezas e valores.

Agora relembrando isso,
Me deu vontade de estudar
Sobre a arte e a cultura,
Que mostram uma vida pura.

(Larissa Barros - aluna do Centro Educacional Missão de São Pedro/2004)

POESIARTE EM FOCO DE KELLY MEDEIROS


A poesiarte apresenta: Kelly Medeiros Guimarães. Ganhadora do concurso Projeto Poesiarte, realizado na Escola Municipal Professor Edílson Duarte da cidade de Cabo Frio em 2004.

Vejamos o poema:

"Graças ao Amor"

Hoje me joguei, pensando em você,
E me relembrei de quando conheci você.
Foi numa noite de luar,
Nossos olhares se cruzaram
E aí que percebi que era
Você que iria amar;
Começamos a conversar
E foi depois do primeiro
Beijo que começamos a namorar.
Tudo parecia perfeito, para uma
Noite de luar...
Nossa felicidade durou até
Que a vida quis nos separar.
E hoje quando quero me lembrar
Eu olho para o luar,
E a nossa história de amor sempre
Existirá graças ao luar.

(Kelly Medeiros Guimarães - aluna da Escola Municipal Professor Edílson Duarte/2004)