domingo, janeiro 27, 2008

POESIARTE EM FOCO DE LUIZ LEMOS


A poesiarte apresenta: Luiz C. Lemos. Poeta cordelista, pesquisador de Cultura Popular e conhecido como Compadre Lemos. Nascido em 14 de janeiro de 1954 em Teófilo Otoni- MG, mas morando atualmente em Juiz de Fora-MG.

-Vejamos uma poesia de sua autoria:


Literatura de Cordel - Os Folhetos que contam o Nordeste...

Se nos roubam por prazer,
Por inveja ou por maldade,
Usemos de Caridade,
Na beleza do esquecer!
O nosso perdão vai ser
Lição que vamos mostrar!
Pra frenrte se deve olhar,
Pois a vingança é mesquinha...
Lembrando bem Gonzaguinha:
"Outra vez recomeçar"!

O Cordel é nossa meta
Nosso campo e nossa vida!
Ou seja, pois , esquecida,
A maldade, rude seta!
Tracemos a linha reta,
O bom caminho a trilhar,
Pois quem ousou nos roubar
Não tem mais nem o que tinha...
Lembrando bem Go9nzaguinha:
"Outra vez recomeçar"!

(Compadre Lemos)



Link do autor:

segunda-feira, janeiro 21, 2008

POESIARTE EM FOCO DE YVE LYSY


A poesiarte apresenta: Yve Lysy. Poeta de Volta Redonda-RJ.

-Vejamos uma poesia de sua autoria:


LAMENTO

Enclausurada
A mulher amada
Na torre do coração
As trancas enferrujadas
depois de trancadas
não abre mais não.

Não tem direito de escolha
Faz só o que ele quer
Foi transformada em robô
Não é mais uma mulher.

Ele bem que sabe disso
Mas finge não saber
Põe desculpa no ciúme
E diz que a sua mulher
Ele não quer perder.

Que foi difícil encontrar
Um amor tão grande assim
Que ela lhe devolveu a vida
E hoje ele sabe viver
Que esse amor tão bonito
Não pode ter fim.

De repente ele não sabe
Que o corpo ele pode ter
Mas que os pensamentos
São ocultos
Esse ele não pode ver.

O canto do rouxinol
Se fez ouvir por todo o tempo
É o lamento da mulher amada
Ali deixada no esquecimento.

Ela chora sentada no chão
Olhos fixos sem expressão
Ela desenha com seus dedinhos
As lágrimas que caem no chão.

E o homem desesperado
De ver a mulher infeliz
Ele a toma em seus braços
E com ela sai dali
Sem perceber
Que foi tarde demais
E em seus braços
A mulher amada, jaz.


(Poeta Yve Lysy)

sábado, janeiro 19, 2008

POESIARTE EM FOCO DE RAQUEL FADEL




A poesiarte apresenta: Raquel Ap. Fadel. Poeta que nasceu em Santa Rita do Passa Quatro, mas atualmente vive em São Carlos-SP.

-Vejamos uma poesia de sua autoria:


INFÂNCIA


Pés descalços
Corriam pelos pastos
Nariz escorrendo,
Limpavam com os braços
Subiam em goiabeiras, jabuticabeiras,
Derrubavam mangas das mangueiras
Bonecas eram sabugos.

Pneus, bolinhas de gude e
Pião eram brinquedos
Soltavam pipas o dia inteiro
Passo a passo
O sapato matou o pasto:
I
magens, controles dominam

Parte da vida, obra prima...
Rolimãs não mais existem
Esqueceram o esconde-esconde
O consumo insiste, persiste...
Grades protegem o bronze.
Goiabas, jabuticabas e mangas,
Pela feira vem conhecer.
Acabaram as brincadeiras
É nossa infância a fenecer...
E pelas crianças um grito:
Não tirem delas esse capítulo!

(Poeta Raquel Ap. Fadel)

quinta-feira, janeiro 10, 2008

POESIARTE EM FOCO DE GLÓRIA ANCHIETA


A poesiarte apresenta: Glória Anchieta. Poeta nascida em Belo Horizonte-MG, que vive atualmente no Rio de Janeiro-RJ. Glória Anchieta é conhecida entre o meio literário por Glorinha Gaivota.

-Vejamos uma poesia de sua autoria:


"UM GRITO DE LIBERDADE"


Liberdade... Liberdade!
Pra você, pra mim e pra ele.
Liberdade para nós!
Presos nas lembranças do passado,
Na pobreza do espírito e
No medo de se entregar!...

Liberdade!... Liberdade!...
Pra nós prisioneiros!
Presos à comodidade da vida,
Presos a falsas ideologias,
Presos a hipocrisias!...

Liberdade!... Liberdade!...
Para libertar os sonhos!
Para exteriorizar a beleza escondida em aparências!
Para nos libertar das prisões interiores,
Do vicio, do medo e da solidão!...

Liberdade!... Liberdade!...
Para as prisões de segurança máxima,
Criada por nós contra nós.
Com proteção mentirosa,
Que nos afasta de tudo.
Que nos faz desconhecer os verdadeiros valores!...

Liberdade!... Liberdade!...
Para as mentiras cravadas no coração,
Perpetuadas de geração a geração e
Que nos dá luz mentirosa.
Que nos prende a falsos valores e
Tantos falsos amores!...

Liberdade!... Liberdade!...
Tirem as correntes de nós!...
Abra a porta, coração!
Lava a alma da opressão!...

Liberdade!... Liberdade!...
Para que possamos caminhar
Com a alma iluminada!
O coração purificado!
Os ideais modificados e
Os caminhos destravados!...

Liberdade!... Liberdade!...
Para todos nós viventes,
Para que possamos caminhar!
Mais com o amor resplandecido em nós e
No caminho do verdadeiro bem!...

Liberdade!... Liberdade!...
Abaixo os falsos valores!
Abaixo os falsos pudores!
Abaixo as falsas crenças!
Abaixo a escuridão!...

Liberdade!... Liberdade!...
Para aprendermos a cada dia,
Conhecer e amar mais o irmão!
Sem crenças, sem burocracias,
Sem racismo e sem cobranças!...

Liberdade!... Liberdade!...
Libertação para todos nós,
Tolos de conhecimentos!
Aprendizes de defesas, cobranças e
Professores de intolerâncias!...

Liberdade!... Liberdade!...
A verdadeira crença Nasce, Cresce e Perpetua no coração,
Exterioriza-se na arte de estender a mão!
O caminho é livre!...
O bem é imprescindível.

Liberdade!... Liberdade!...

(Poeta Glória Anchieta)

terça-feira, janeiro 08, 2008

PERFIL DE WASHINGTON BENAVIDES


A poesiarte apresenta: Washington Benavides. Poeta e músico uruguaio nascido em Tacuarembó em 03 de março de 1930.Colaborou com a revista Asir na década de 1950. Foi professor de literatura de Educação Secundária. Mais tarde na Faculdade de Humanidades e Ciências de Educação pelo Departamento de Letras Modernas e Contemporâne. Depois na UdelaR. Também trabalhou em rádio.
Seu primeiro livro foi publicado em 1955 é chamado “Tata Vizcacha”. Ele é uma sátira de alguns personagens de sua cidade natal.
Outras obras de sua autorias:
  • Tata Vizcacha (1955)
  • El Poeta (1959)
  • A un hermano (1962)
  • Poesía (1963)
  • Las Milongas -la obra más difundida- (1966)
  • Poemas de la ciega (1968)
  • Los Sueños de la Razón (1968)
  • Historias (1971)
  • Hokusai (1975)
  • Fontefrida (1979)
  • Murciélagos (1981)
  • Finisterre (1985)
  • Fotos (1986)
  • Tía Cloniche (1990)
  • Lección de exorcista (1991)
  • El molino del agua -Premio Nacional y Municipal- (1993)
  • La luna negra y el profesor (1994)
  • Los restos del mamut (1995)
  • Canciones de Doña Veus (1998)
  • El mirlo y la misa (2000)
  • Los pies clavados (2000)
  • Biografía de Caín: (2001)
  • Un viejo trovador (2004)
  • Diarios del Iporá (2006)
- Vejamos alguns poemas de sua autoria em espanhol e português:


Los pies clavados

Aqui y en guardia a tu probable signo,
aquí me encontrarás, si acaso quieres.
Has de mirarte en simulacro indigno
de la fatal belleza co
n que hieres.
Tu nombre,al que Fray Luis en glosa santa
fray-mentara,e
s un ave de ala trunca,
es un silbo de oro en la garganta
que empieza siemp
re y que no acaba nunca.
Ojos de barro para t
i deseara;
no la mitra ni el halo q
ue decae
no entenderte,beberte en fuente clara-.

Pero nombro la cuerda del ahorcado:
que mé
dula de nieve te retrae
"si estás par
a esperar los pies clavados"?

Os pé cravados

Aqui de guarda a teu provável signo,
aqui me encontrarás, se acaso queres.
Irás olhar-te em
simulacro indigno
desta fatal beleza com que feres.
Teu nome , que Frei Luiz em glosa santa
frag-mentara,
é uma ave de asa trunca,
um assovio de ouro na garganta
que se alça se
mpre e não acaba nunca.
Olhos de barro para ti pensara;
sem a mitra nem o halo que decai
não entender,
beber-te em fonte clara.
Mas eu
nomeio a corda do enforcado:
que medula de n
eve te retrai,
"se estás para esperar de pés cravados"?

Sabiduría

No es un elefante asiático
que se te viene encima
haciendo retemblar la tierra
de los sueños.
El tiempo c
alza zapatillas de tenis
y es una enérgica muchacha
a la que no podrás disputarle
un solo game.


 
sabedoria

não é um elefante asiático
que te vem em cima
fazendo
retumbar a terra
de teus sonhos
o tempo calç
a sapatilhas de tênis
e é uma enérgica senhorita
com qu
em não podes disputar
nem mesmo um game

Un tango

Un tango que venía más solo que la muerte
tanteó mi
corazón con mano ciega
el silbo se
me fue de entre los labios
y la deshabitada boca entró en la tierra.

Um tango

Um tango vinha mais sozinho do que a morte.
Tateou meu cor
ação com mão de cego,
desfez-me de meus lábios o assovio
e já desabitada a boca entrou na terra.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

POESIARTE EM FOCO DE LUCIA GOMES


A poesiarte apresenta: Lucia de Souza Gomes. Poeta nascida 10/10/1974 em Iguaba Grande-RJ. A poeta é autora do livro "Espelho da Alma".

Vejamos uma poesia de sua autoria:

"Poeta em extinção"


Sou um poeta em extinção
um dos poucos que ainda
ouve a voz do coração
como eu não há ninguém
que sente a doçura dos sentimentos,
das palavras,
nos momentos de amor,
de dor ou de aflição

Que vê a transparência da alma
numa palavra suave e calma
que ainda canta o amor...

Sou um poeta que está morrendo
pouco a pouco a minha força se esvai,
pouco a pouco as palavras fogem
e o amor não existe mais

Não deixe o poeta morrer
não deixe as palavras sumirem
não deixe o sonho acabar
o sonho que ainda resta
se perder na imensidão...
escute seu coração ...
não deixe morrer o poeta!

(Poeta Lucia de Souza Gomes)

sexta-feira, janeiro 04, 2008

POESIARTE EM FOCO DE MARILENE TEUBNER


A poesiarte apresenta: Marilene Pacheco Teubner. Poeta de Urânia-SP.

Vejamos uma poesia de autoria:


"Chuva de esperança"


Cai entre lágrimas
A angustia.
No solo seco
Do amor.

Bate a saudade
Da inocência.
Só existente
Na infância.

No presente
Nada e tudo
Na ausência
Da felicidade.

Chove no rosto
Perguntas sem respostas.
Da ilusão
Plantada sem razão.

Chove amargura
Chove tristeza
Mas também
Chove esperança.

(Poeta Marilene Teubner)
08/10/07

terça-feira, janeiro 01, 2008

PERFIL DE CHICO SCIENCE


A poesiarte apresenta: Chico Science.

- Vejamos um pouco da vida deste poeta do MANGUE BEAT e uma composição de sua autoria:

*Francisco de Assis França, mais conhecido pela alcunha de Chico Science (Olinda, 13 de março de 1966 - Recife, 2 de fevereiro de 1997) foi um cantor e compositor recifense, um dos principais colaboradores do movimento Manguebeat em meados da década de 1990. Líder da banda Chico Science & Nação Zumbi, deixou dois discos gravados: Da Lama ao Caos e Afrociberdelia, tendo sua carreira precocemente abortada por um acidente de carro na rodovia entre as cidades de Olinda e Recife.

*Chico Science participava de grupos de dança e hip hop em Pernambuco no início dos anos 80. No final da década integrou algumas bandas de música como Orla Orbe e Loustal, inspiradas na música soul, no funk e no hip hop. A fusão com os ritmos nordestinos, principalmente o maracatu, veio em 1991, quando Science entrou em contato com o bloco afro Lamento Negro, de Peixinhos, subúrbio de Olinda. Misturou o ritmo da percussão com o som de sua antiga banda e formou o Nação Zumbi. A partir daí o grupo começou a se apresentar em Recife e Olinda e iniciou o "movimento" mangue beat, com direito a manifesto ("Caranguejos com Cérebro", de Fred 04, da Mundo Livre S/A). Em 1993 uma rápida turnê por São Paulo e Belo Horizonte chamou a atenção da mídia. O primeiro disco, "Da Lama ao Caos", projetou a banda nacionalmente. O segundo, "Afrociberdelia", mais pop e eletrônico, confirmou a tendência inovadora de Chico Science e Nação Zumbi, que excursionaram pela Europa e Estados Unidos, onde fizeram sucesso de público e crítica. O Nação Zumbi lançou um CD duplo em 1998, depois da morte do líder, com músicas novas e versões ao vivo remixadas por DJs.

*
Podemos citar, como bandas relacionadas a Chico Science, as conterrâneas Mundo Livre S/A, Bonsucesso Samba Clube, as mais recentes Cordel do Fogo Encantado, Mombojó e Otto, passando por Sepultura (mais especificamente o álbum Roots), Cássia Eller (intérprete de músicas como Corpo de Lama e Quando a Maré Encher), Fernanda Abreu (álbum "Raio X") e Arnaldo Antunes (álbum "O Silêncio"), além da antiga parceira e ainda em atividade: Nação Zumbi.
Em 2007, recebeu homenagem do prêmio Multishow, do canal da Globosat de mesmo nome.

A Cidade
Chico Science

Composição: Indisponível

O sol nasce e ilumina
as pedras evoluídas
que cresceram com a força
de pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam
vigiando as pessoas
Não importa se são ruins
nem importa se são boas

A cidade se apresenta
centro das ambições
para mendigos ou ricos
e outras armações
Coletivos, automóveis,
motos e mêtros
Trabalhadores, patrões,
policiais, camêlos

A cidade não pára
a cidade só cresce
O de cima sobe
e o de baixo desce
A cidade não pára
a cidade só cresce
O de cima sobe
e o de baixo desce

A cidade se encontra
prostituída
por aqueles que a usaram
em busca de saída
Ilusora de pessoas
de outros lugares,
a cidade e sua fama
Vai além dos mares

No meio da esperteza
internacional
a cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos

A cidade não pára
a cidade só cresce
O de cima sobe
e o de baixo desce
A cidade não pára
a cidade só cresce
O de cima sobe
e o de baixo desce

Eu vou fazer uma embolada,
um samba, um maracatu
tudo bem envenenado
bom pra mim e bom pra tu
Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus
Num dia de sol
Recife acordou com a mesma fedentina do dia anterior.