terça-feira, dezembro 30, 2008

ENTREVISTA COM WILLIAM BRENUVIDA



A poesiarte apresenta: William Wollinger Brenuvida. Poeta, advogado e escritor paulista nascido em São Bernardo do Campo, radicado em Santa Catarina.
- É presidente da Academia de Letras de Governador Celso Ramos do Estado de Santa Catarina, empossado em 06 de dezembro de 2008.
- Membro da Academia de Letras de Biguaçu do Estado de Santa Catarina,ocupando a cadeira de n. 11, tendo como patrono o poeta Juvêncio Araújo Figueiredo.


-Vejamos uma entrevista feita com o poeta:


1-Como você começou a gostar de poesia?

Acredito que isso vem de tempos idos… Mas, remontando as lembranças de infância, minhas reminiscências apontam para muitos livros que me chegaram as mãos.

2-Quem incentivou você?

Na literatura: Mario de Andrade, Carlos Marighella, Frei Tito de Alencar Lima, Olavo Bilac, meu pai, um cara chamado Jacy L. Ramalho (já falecido).
No ginásio o assistente do professor Ângelo, um cara chamado Silvio que pegou uma poesia em prosa minha, leu pra classe, classificou como poesia moderna, e me levou até a diretoria da escola dizendo que meu texto tinha prioridade para ser publicado.

3-Que tipo de poesia você mais gosta e prefere fazer?

Gosto de poesias com quartetos. Versinhos simples, mensagens de longe como psicografias… também muita reação social, mas sem esquecer do romantismo.

4-Qual o seu estilo de fazer poesia, ou seja, qual o modo em que você faz a poesia?

Prosa-poética ao estilo Gama D’Eça (escritor catarinense). Ou mesmo, poesia modernista, sem estilos. Mesmo meus sonetos têm apenas a definição primeira (dois quartetos e dois tercetos). Não fico contando palavras como os simbolistas e parnasianos.

5-O que representa ser poeta para você?

Um viajante sem meta final.

6-O que representa a poesia para você?
Um manifesto e sempre. Um lugar-repouso.

7-Quais os grandes ícones da poesia brasileira e mundial, que agrada mais você?

Mario de Andrade, Mario Quintana, Solange Rech, Cecília Meireles, Paulo Leminski, Victor-Marie Hugo, Machado de Assis, Juvêncio Araújo Figueredo, Geraldo Vandré, Pablo Neruda, Garcia Lorca.

8-Você já participou de recitais de poesia? Se participou cite alguns de grande importância?

Não tive oportunidade, mas recordo que nas reuniões da Academia de Letras de Governador Celso Ramos espaços são abertos para poesias. Recitei poesias em alguns eventos. Um evento importante foi o lançamento da antologia “Encontros de Primavera”, onde recitei: Cecília Meireles, Vandré, Pablo Neruda.

9-Qual a sua visão sobre a cultura, principalmente no campo da literatura?

Cultura é arte em movimento. Não é estática. É o que define num primeiro momento um povo, mas logo se estende criando novos conceitos. Participei da I Conferência Nacional da Cultura (2005) em Brasília/DF. Encontrei lá muita burocracia e pouca manifestação artística.

10-Você já publicou algum livro? Se já, cite o nome dele e o ano em que foi publicado?

“O menino e as estrelas”, poesia, editora da Univali (2003); “Luz lembrada (Jyoti)”, poesia, editora da Univali (2007). Textos publicados em duas antologias de prosa e poesia, onde inclusive, tenho um ensaio: “Encontros de Primavera” (2007), e “Trajetória” (2008).

11-Você já fez algum projeto ou participou de algum em referência a poesia?

Academias de Letras: Governador Celso Ramos e Biguaçu, em Santa Catarina.

12-Qual a poesia sua em que você mais possui afeição?

Para o terceiro livro que deve ser publicado no próximo ano, existem poesias incríveis. Mas, “SENDERO” sintetiza um pouco daquilo que sou e sinto.

SENDERO

Tenho um espírito combativo, por vezes reflexivo.
De lutas e preces segue a alma errante pelo mundo.
O caminho é uma senda e requer cuidado.
Carinho e trato, livrando dos males e dos espinhos da carne.

Em beira de estrada dá conselhos aos viajantes.
Descansa em instantes, em paragens distantes.
Repousa. Em uma tenda feita as pressas.
Lá fora uma lua plena espelha um universo repleto de estrelas.

Segue minha alma nos revezes e nos acertos,
nessa etapa de busca em luz-inspiração,
de ternura-libertação meu coração lembra lá longe,
um refrão de que não só de pão vive o homem.

Mas recorda também que se a luta pela terra,
pelo pão e sal da terra é forte e o inimigo torpe,
mais altaneiro é o galardão do fiel escudeiro.
Buscará um pequeno desvio no caminho.

Travará em seu coração aventureiro.
Refletirá o deserto e o desvio passageiro.
E no encontro do corpo estilhaçado e espírito combativo,
haverá bandeiras hasteadas, festa e euforia nas praças.

Na festa da alma haverá músicas e sonatas,
cantorias e versos, poesias e flores, sorrisos e amores,
haverá alegria e paz. Liberdade!
Porque do desvio voltou o coração a estrada de antes.




-Site do autor:
*Entrevista feita por Rodrigo Octavio Pereira de Andrade. (Rodrigo Poeta)

Um comentário:

William Wollinger Brenuvida disse...

Eternamente grato pela postagem da entrevista e informações sobre nossa carreira literária!

Estarei sempre divulgando esse espaço de poesia e arte, democrático, livre, e repleto de harmonia - POESIARTE.

Saudações Fraternas,
William Wollinger Brenuvida