segunda-feira, setembro 13, 2010

ARTIGO DE FABIO EMECÊ





Processo de Retomada – Empregabilidade e Politicagem

Com que armas estamos enpunhadas para enfrentar a adversidade? Até que ponto colocamos tudo a perder por uma escolha? Ou até que ponto colocamos tudo a ganhar por uma escolha? Vale à pena?
As perguntas feitas se respondidas, podem refletir o atual momento de Cabo Frio e estar atento por essas bandas pode definir quem é quem nessa joça.
A lembrança do carnaval trás a tona a questão dos ambulantes, melhor, a quantidade de ambulantes que povoaram as ruas dia e noite e isso me fez pensar no que consiste a população economicamente ativa cabo-friense.
Elencando por alto temos o funcionalismo público cabofriense e a alta exploração que é o comercio, gostaria de chamar atenção para a questão informal, sendo específico a questão dos ambulantes.
Quem são eles? Qual é o porquê de estarem a essa situação? Existe outra opção para eles? Bem, a grande maioria dessa galera é ambulante justamente por não ser absorvido pelo funcionalismo público e o comércio.
A maioria dessa galera usa essa informalidade como renda familiar. A maioria dessa galera trabalha na rua no relento, sujeito a todo tipo de adversidades e arbitrariedades.
Abirtrariedades que estão no patamar de comerciantes esnobes pagarem políciais em serviço para intimidá-los. Adversidades que culminam no aproveitar dos politicos locais para formação de currais eleitorais, ou pelo menos a tentativa não cessa.
Aí entra a questão da politicagem e o reforço da prática informal como suposta garantia de dividendos políticos. Nunca foi da competência dos políticos regionais entender a potencialidade economica regional e estimulá-la
Só que aqui em vez de se estimular a economia, potencializá-la, se mantem a condição minima de empregabilidade, sujeitando as pessoas a enfrentarem as arbitrariedades e adversidades e encarar como algo normal.
Assim o paternalismo é exercido sem pudor e sem pudor os espaços são limitados, chegando a um limite que pode estar beirando ao insustentável.
Enquanto isso os seguradores de placas, de bandeirinhas, os distribuidores de panfletos e correlatos tem sua renda semanal garantida pelo menos até outubro. E depois?
Essa galera vai virar ambulante?

(Fabio Emecê - poeta e professor)

2 comentários:

Jéssica Araújo disse...

Esse é o cara...Se todos tivessem uma visão dessas e atitude as coisas seriam diferentes.

Anônimo disse...

É lamentável ver como você mesmo diz " os seguradores de bandeiras" todos dias expondo-se nas ruas para garantir a renda semanal e quem sabe até o sustento da semana dos filhos. Bom, esse é o retrato do Brasil atual,de uma política econômica injusta e ainda mais,essa é uma sequela da falta de investimento na educação, o que faz com que as pessoas não tenham a qualificação necessária para conseguirem um emprego descente sem precisarem de "padrinhos".