Zumbi do Século XXI
Seu travesseiro é um par de chinelos.
Sua cama é o chão frio.
Sua casa é o relento.
Sua família é a solidão
E a dor por dentro.
Seu quilombo é o mundo.
Sua força é o acordar...
É o sobreviver
No frio...
Na dor que entorpece o coração
Do jovem cidadão do mundo...
O frio...
A dor...
O apagão e a sua cor...
Assim vai Zumbi
Encarnado na criança
Pelas ruas em pleno Século XXI.
(Rodrigo Poeta – 20/11/09)
*Rodrigo Octavio Pereira de Andrade (Rodrigo Poeta).
- Membro da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo-RJ.
- Cônsul dos Poetas del Mundo da cidade de Cabo Frio-RJ (entidade do Chile).
- Conselheiro de Assuntos Sociais e Cultural Afro Brasileiro pela FTABH de São Paulo-SP(Faculdade de Teologia Afro Brasileira e Holística Livre).
18 comentários:
Perfeito, Poeta! Uma visão global do sentido da consciência negra na civilização atual. O poema pulsa como um coração no ritmo da solidariedade de sustentação do movimento mundial em favor dos menos favorecidos pelo sistema perverso do capitalismo financeiro sobre os verdadeiros valores do homem... Uma peça rara de denúncia do poder dos mais fortes sobre os mais fracos! Que os poetas del mundo se unam ao seu grito de libertação... Abraço fraternal do Estebanez, seu irmão solidário!...
Você tem toda razão, Rodrigo,quanto a acreditar nos livros como modo eficaz de fomentar progresso e libertação.
Ainda no Sec. XVIII, Immanuel Kant já nos dizia: "Como então buscar a perfeição? Onde fica a nossa esperança? Na educação e em nada mais."
Também fiz, há 2 anos, um poema para esta data, apesar de eu o ter abordado de forma um pouco diferente, o qual postarei assim que terminar esse comentário, na tua página do Orkut.
Valeu Zumbi !!
Como não consegui postar no meu novo orkut, posto aqui mesmo o poema:
CONSCIÊNCIA MULTICOR
Fubá-obá, caju-açu, murô-xilá
batuquejê, maculelê, vossa mercê
saravá minzinfiu atô-tô atô
marabô-já, sassafraz-traz, aiô oguntê.
Agora pergunto ao sinhô,
pergunto franco a você,
qual a cor da consciência?
quem já a viu de verdade?
Será que pintá-la lhe confere decência,
definindo-a com propriedade?
Assim refletindo,
descobri que a minha consciência é multicor:
mestiça, misturada, miscigenada,
branca, pelo senhor de engenho,
que comia as escravas sorrindo;
e mesmo uma ou outra índia,
que se lhe passasse no caminho.
Mestiça, ainda, que o mesmo fazia,
todo e qualquer feitor.
Multicoloriu-se a minha consciência:
ensolarou-se, enluarou-se, amalgamou-se:
cafuza, mameluca, malê,
portuguesa, francesa, tapuia,
quem sabe, até mesmo judia?
Mestiça, com muito valor.
Amo-a, desse jeito, bem misturada;
e respondo, se me perguntarem,
como Einstein,
alemão e judeu:
É apenas humana, mais nada!
- por JL Semeador -
Prezado confrade e poeta, Rodrigo.
Um poema que conta a realidade, que é vivída no dia a dia de nosso país, quantoS Zumbis ainda temos, buscando uma identidade, e liberdade pará a raça. Belo tabalho poético.
O FRIO A FOME A COR A DESIGULADADE SOCIAL SÃO APENAS ALGUMAS DAS MISERIAS MORAIS E MOSTRA COMO A HUMANIDADE É PRECONCEITUOSA.
SEU POEMA DIZ TUDO EM POUCAS PALAVRAS. LINDO E COMOVENTE.
PARABENS.
OLHA CARO AMIGO RODRIGO, NO MEU PONTO DE VISTA NÃO ERA NEM PRA EXISTIR TAL DIA...
MAS, EXISTEM MUITOS IMBECÍS QUE AINDA ADEREM AO RACISMO INFELIZMENTE;MAIS UMA VEZ TENHO QUE PARABENIZA - LO TUDO O QUE ESCREVE TEM UM VALOR MUITO PROFUNDO, VOCÊ CITOU "ZUMBI" VOCÊ ATINGE SEMPRE O ALVO CERTO, E TEM AS MELHORES FORMAS DE EXPRESSÃO É ADMÍRAVEL SEU TRABALHO!!!
FICO FELIZ POR TÊ - LO AO MEU QUADRO DE AMIGOS.
ABRAÇOS POÉTICOS
AO NOSSO PREFEITO DAS PALAVRAS
Perfeito nosso Prefeito das palavras. A conscientização de todos os problemas sociais que abalam nossa terra idolatrada, são resultados da educação que o povo tem.
Mas o povo organizado começa a clamar por novos dias, e assim nascem os "dias D" de conscientização para diversas causas.
Nesse dia 20 de novembro o Brasil te agradece por sua bela manifestação através da escrita.
abraços sempre
Professor Miguel Simão.
É verdade poeta amigo, disse tudo em poucos linhas, maravilhoso poema, precisamos gritar para o mundo acordar e ver que não a diferença entre cor e raças, eu acredito que vamos ver o mundo melhor ainda bjus.
Leila Marcondes diz:-Comentar de você e dos seus poemas é pouco.
Poeta Rodrigo você ja éra grande poeta dentro do útero da sua mãe.
veio ao mundo para exuberar a sua sabedoria,sem dinstinção , ofertar amor e gratidão.
Parabens.
Rodrigo bom dia seu poema
meu amigo,realmente é o grito da verdade rasgando o peito,é o alerta,
e o apelo, é gritar para o mundo, a urgência da consciência
mundial,e de cada cidadão, a certeza que irmãos estão ai morrendo
sendo devorados vivos pela inanição,pela fome, e ignorância, é a duvida ,
e a pergunta, o que de verdade é o homem, que governa outros seres,e por sua negligencia, mata tantos seres pequenos e, inocentes que como um passarinho vai morrendo lentamente calado, gemendo seu grito de dor.
Parabéns Rodrigo. Abraços Dora
Bem colocado, bem real... e precisamos de livros, divulgar a cultura através deles, para todos. Só não entendo porque temos que festejar o dia da consciência negra e não festejamos as outras consciências. Maltratados e mal cuidados somos, sejamos nós negros, brancos, mulatos, ameríndios, se somos pobres. O importante é que haja cultura para todos os povos.
Poeta
Perfeito..lindo...parabéns.
O poema "Zumbi no Século XXI" expõe a sensibilidade do tema e a capacidade do poeta em desnudar esta realidade com todo o lirismo possível. Bela exposição! Guardemos este poema na memória, pois ele há de receber muitos louvores devidos; gravemos o nome deste poeta talentoso: Rodrigo Octavio (Rodrigo Poet@), de quem sou a mais absoluta fã!
Sem comentários,mas com uma restrição:
Rodrigo tem o dom da vivacidade de escrever e antesdele publicar um poema, sonda, perquire, matuta, reescreve, é seu próprio jurado e, finalmente presenteia com sublimidade e profissionalismo a todos nós, leitores e admiradores da sua arte como o fez em
"Zumbi do Século XXI".
Gostei poeta por tudo que a poesia nos transmite, eu até acrescento, que tudo que fizermos é muito pouca para desmascarar esse preconceito barato e sem fundamento, que se junta a discriminação aos pobres deste mundo. Que Deus lhe abençoe e a bênção do Senhor, seja estendida a todas as pessoas sem qualquer acepção.
Sim. Conteúdo simples e perfeitamente cabível em nossos dias.
Parabéns por conseguir sincronizar a História do passado no presente tão real através das palavras,através da poesia!
Lucia de Souza Gomes
Parabéns...maravilhoso.Consegue brincar com as palavras e transformar um problema social numa comparação inteligente entre a negritude da pele e o apagão que tanto irritou o povo brasileiro.Tanto o racismo quanto o apagão causam preocupam a todos nós ,embora em dimensões diferentes.
Use sempre seu Poder para chamar atenção.
Parabéns Rodrigo. Quiesera fosse ouvido o seu grito!É lamentável, porém verdade esta realidade que vivemos!
Feliz Natal!
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