O ALTER EGO E A BOLHA DE SABÃO
Não há uma “fase do alter ego”, e, sim a descoberta e o reconhecimento deste elemento psicológico que convive dentro do autor do poema. É o companheiro de todos os dias, principalmente nas situações antagônicas, aflitivas, quando o mundo parece que rui à volta... Só existe quando ele aflora na gente, porque é ele – O OUTRO EU –, aquele que instiga e concebe o poema com Poesia. Sim, porque há versos com ou sem Poesia e não há meio termo... Quando fala o EGO, a linguagem é derramada, aberta, direta, mesmo que contenha alguma doçura e até, num primeiro momento, se a possa confundir com o sentido conotativo das palavras, que é o que produz a linguagem poética. Se, no entanto, a voz é a do ALTER EGO, ela vem travestida, fruto do mistério de DIZER NÃO DIZENDO TUDO... Esta sequencialidade – que se segue à usual terapia ocupacional individual de fazer o poema por fazer ou para ocupar o tempo – é a da descoberta que o que até aqui se construiu foi somente para o agrado do EGO, portanto, nada de Poesia, somente relato sobre os fatos e tensões que o autor vive ou viveu. A Poesia nasce depois de que tudo isso ocorre, porque ela, em si, não tem teto nem chão... Pulula dentro da gente como uma bolha de sabão e explode no poema. Ou melhor, se esvai nele...
Não há uma “fase do alter ego”, e, sim a descoberta e o reconhecimento deste elemento psicológico que convive dentro do autor do poema. É o companheiro de todos os dias, principalmente nas situações antagônicas, aflitivas, quando o mundo parece que rui à volta... Só existe quando ele aflora na gente, porque é ele – O OUTRO EU –, aquele que instiga e concebe o poema com Poesia. Sim, porque há versos com ou sem Poesia e não há meio termo... Quando fala o EGO, a linguagem é derramada, aberta, direta, mesmo que contenha alguma doçura e até, num primeiro momento, se a possa confundir com o sentido conotativo das palavras, que é o que produz a linguagem poética. Se, no entanto, a voz é a do ALTER EGO, ela vem travestida, fruto do mistério de DIZER NÃO DIZENDO TUDO... Esta sequencialidade – que se segue à usual terapia ocupacional individual de fazer o poema por fazer ou para ocupar o tempo – é a da descoberta que o que até aqui se construiu foi somente para o agrado do EGO, portanto, nada de Poesia, somente relato sobre os fatos e tensões que o autor vive ou viveu. A Poesia nasce depois de que tudo isso ocorre, porque ela, em si, não tem teto nem chão... Pulula dentro da gente como uma bolha de sabão e explode no poema. Ou melhor, se esvai nele...
*Joaquim Moncks - poeta gaúcho, ativista cultural, acadêmico de várias entidades no Brasil e grande estudioso da arte poética.
– Do livro O NOVELO DOS DIAS, 2010.
http://recantodasletras.uol.com.br/tutoriais/2667974
http://recantodasletras.uol.com.br/tutoriais/2667974
2 comentários:
Que linda forma de expressão da poesia, acho ser um válvula de escape das emoções em lindas bolas de sabão, coloridas e cintilantes, que colori o papel das nossas vidas, abraços e parabéns por tão belas palavras.
Obrigado, amigo Rodrigo, pelo prestígio de vir a figurar em teu blogger. Realmente o tema é instigante... Tenho trabalhado muito sobre o processo criativo que dá origem ao poema. De vez em quando, depois de muitos textos sobre a temática, constato que um é mais explícito, mais compreensível do que os anteriores. E o texto editado é um razoável exemplo... Bom que possa cumprir a sua finalidade, se é que esta possa existir. O que pretendo é que cada criador de poemas seja um experimentador do processo de 'condenação' ao pensar. Que não se confunda POESIA com o mero 'recadinho bilateral de amor'. Que se possa fruir o poema por sua confraternidade e que a universalidade seja a sua "pedra de toque". Porque o poema é universo peculiar e autônomo. Não tem maior finalidade que a de viver por viver. E como os viventes somos nós, temos de lhe dar aplicação ao mundo real, se tal for de utilidade. Se não, basta o encantamento... Grato, também, à Valquíria Calado, que coloriu o meu coração com suas belas palavras. Abraços do poetinha JM.
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