domingo, dezembro 02, 2012

ENSAIO ETÍLICO-MARITAL POR SILAS CORREA LEITE


ENSAIO ETÍLICO-MARITAL

10 DICAS PARA PRESERVAR O BICHO-HOMEM, 
QUE VIROU MARIDO DE AFEIÇÃO ESTÁVEL

“O Bicho-Homem, minha querida e adorável amiga, não se iluda, não é brinquedo:
É inseguro, carente, tem neura, déficit de atenção, defeito de fabricação e medo.”


01)-Zele muito pela saúde psicológica dele. Dê carinho, atenção, charme, zelo íntimo, cerveja sempre geladíssima e ambiente-o desde logo, saradinho e calmo, saudável e sadio, sonhador e alto astral, para ele, então, poder corresponder no côncavo e no convexo, na tristice e na contenteza, e também no prover o sagrado lar doce lar, e, ainda assim e por isso mesmo, aceitar as portentosas subliminares ordens tácitas compreendidas na boa. Lembre-se: quem não chora não Brahma. Chore se preciso for. Pega bem. Um homem acha que uma mulher se derretendo é picolé de chuchu, mas mal capta que é com isso que feminina-mente amansa o bicho brabo. E homem sempre é bananeira que já deu goiaba. Capriche nas estratégicas, que no miúdo do casamento estável o tal do TCC é outro: Técnica de Carinho na Comanda...

02)-Reeduque-o para ser sempre um cândido animal-marido (curso e grosso, carneirinho tosquiado de mão beijada) se necessário bajule e infle a alta autoestima delezinho. Não se faça de rogada. Quem não pariu Matheus, mas o embala, fica com todo o butim existencial dele. Mas não force muito a tecla SAP. Pode até mesmo assustá-lo antes de predá-lo. Já pensou que coice na sedução desempacada? Adestre magnanimamente se preciso for. Cerveja na chuquinha é literalmente o ponto frio dele. Quero dizer, o ponto frágil, o póint fraco. O flanco, a zona neutra. Caia na gandaia. Mas respeite sempre as características mocorongas primevas, dele, principalmente se o boko-moko querer urinar nas próprias calças para demarcar território. Lembre-se: há bares que vem pra bem, e também fazer xixi fora da bacia é chilique de macho com agá. E depois, falando sério, maridão bom é marido que completa o outro lado da mulher, principalmente quando, aqui e ali é meio exótico, marciano, mas por isso mesmo com esses típicos trejeitos que fazem parte do pacote completo. Não o sufoque. Preserve a fauna para ter a flora da posse afetivo-emocional dele.
 

03)-Não se faça de tapada. Burrice pega. Abra a mente sã. Recolha os dejetos adjacentes no entorno todo dele: cedês piratas, bitucas de cigarros, latinhas de bebidas, caspas gordas, repolhudos tatus de nariz, meias sujas, cuecas sujas, palitos de dentes usados, pelos faciais na pia com nódoa e aloe vera, pelos públicos no sabonete antialérgico, não acuse o desaforo como desabafo ou despacho de metralhadora dialética, e tente entendê-lo às vezes quando ele é uma anta ocasional ou de peleja com o monopólio machista da burreza pegajenta, porque é melhor uma carta na manga (carinho, paciência – misericórdia!) do que chute na sombra, um chute no sacro, ou ainda o perigoso jogo de chicote ou coleirinha. Greve de sexo é saída canibal. É fria. Ele pode querer terceirizar a relação e tentar comer marmita fora. Segure o nojo, a ojeriza, e nunca, mas nunca mesmo seja quizilenta, vingativa ou desmancha-prazeres. Faça o jogo de cena dele, aplauda mas saiba que o regulador do placar é todo seu. Você é a juíza do sacronegocio do amor. E vale gol em impedimento e mesmo pênalti inexistente. Lembre-se sempre: o amor é cego, surdo, mudo, burro e se souber ser levado no bico, carrega um trem por uma Mulher poderosa. Você tem a força, lembre-se sempre disso.

04)-Identifique-o pelo bafo, pela – periga ver - cara de tacho (se ele der bandeira ele confessa na fuça) pelo cheiro (o medo do bicho-homem tem cheiro), antes que seja tarde demais e seja pelo tal do maldito batom na cueca, aí, hasta la vista baby, você dançou feio, será o fim do fim. Não espere chegar a tanto. Ceda para conquistar. Captou a mensagem? No futural, claro, criarão o microship de domínio ou mesmo uma tatuagem de percurso sazonal com GPS incluso no kit básico, por isso, na dúvida, expresse a arquitetação cerebral de ocasião e risco: domine (segure) as chaves do carro, mantenha sob poder e controle os talões de cheque especial e os cartões de crédito, segure e use (e abuse) do tchan dele sempre regulado, e o bicho estará restrito a partir disso, circunstancias e adjacências de riscos fêmeos, e assim, coitado, sem lenço e sem documento, ele vai boiar na maionese, perder a aura, surtar, e mesmo ele se achando em poder do controle remoto, o controle de estadia é todo seu, e todo céu, claro. Use o cérebro antes de abrir as pernas. Homem não usa completamente, é outro jogo e jugo, lembre-se disso a hora que a vaca tossir e um cadela pedaçuda querer chiar biscateando por perto. Nessas horas, revele a monstra que existe em você. Não dê moleza. Melhor fazer um barraco do que ver a casa cair. Vai pirar ou inspirar?

05)-Evite práticas perigosas, suspeitas infames, políticas indesejáveis, planos indesejados, mirabolantes fetiches rococós, ou falar muito, ou mesmo falar o tempo todo. Isso pega mal, quero dizer, soa muito mal. Calma e coragem, amiga. Jogue o jogo. Treino é treino, a hora de dar o golpe não é a hora de se preparar para dar o golpe. Lembre-se: homem perfeito é como Matte-Leão. Já vem queimado (para uso e habite-se). Faça um rocambole de saladas de frutas das sobras disso tudo que se some, num apanhado identificador de sedução bilateral. Não conte a ninguém as faltas, as falhas, as pisadas de bola, os deslizes, ou às vezes que o topetudo dormiu no rala e rola, nem veicule os erros machisticos de relação, tampouco os devaneios temporões dele. Calibre o taco. Calibre o alvo. Não há como castrá-lo, então, não queime etapas, provoque o lado redentor dele, a paixão atiçada, e capriche no sal e da pimenta com chocolate. Lembre-se: pimenta no Orkut dos outros é YouTube. Supervisione as fêmeas pedaçudas e indesejáveis posando de biscates por perto. Antena ligada. Busque sempre a garantia legal da procriação. Um macho reprodutivo é o que há, é o que é, é o Cara, e Alfa, Beta, Brahma, Antártica, mas, também, Devassa, Boêmia. Skol, homem. Sentiu o clima ou precisa de intimus gel?

06)-Antes de seduzir o namorido-vítimo (pato de ocasião), considere e avalie seu espiral de hormônio e viço conjugal. Ame-o e deixe-o amar, já disse o profeta-filosófico-maridão (casou várias vezes, tem cacife) Gilberto Gil. Veja se faz um acordo implícito que seja com toda a família, o clã prestimoso dele. Isso ajuda e coopta muito na hora que precisar. Não descarte nada. Divida a peça. Quero dizer, divida a caça, ou mesmo o angu de caroços com menu de arrimos. Há homem pra todos. Ofereça-o de bandeja à sua família, com um gregoriano agregamento total, útil, de consenso e paz. Casar com uma família é o que há. Tem liga. Um tio maluco beleza que seja, vale ouro em pó de lado a lado. E não se esqueça: nos feriados prolongados ele engorda, ganha tecido adiposo como calo sexual, prolonga o sono restaurador e ganha ares de babaca Crianção de novo, e, nas férias pode até ficar um entrão e chato de galochas ou um xarope. Pondere. Paciência. Proteja-o. Faz parte. Segure o rojão. Beba com ele. Troquem besteiras etílicas. Pague esse preço. Desbunde geral. Se desmanche com ele. Desarme-se mas fique de butuca. Ele é só um cordeirinho prontinho para o cepo do matrimonio pretendido com véu e grinalda. Já pensou? Sonhar pode. É da sua natureza-mãe o estalo dos estilos. Engordado em confinamento de sedução ele pode ser muito bem utilizado para consumo não hostil a vida inteira. Nesses casos, às vezes fingir perdas é ganhar pontos, como num jogo de vício-game. O casamento é um cassino. Aposte suas fichas. Vire o jogo a favor. 

07)-Não adote marido-animal de carteirinha, antes de auditar e revisitar proximidades como infância aproximada, parentes babaquaras, vizinhanças fofoqueiras, modus operandi de sobrevivência peregrina. E não paquere ou namore nunca gente de pertinho, caças de vizinhanças de casa, paredemeia. É fria. Vá buscar coisas melhores em novíssimos horizontes, feudos diferenciados, em cavernas alhures, aventurosas, distantes e otimizadas pelo novo, pelo inédito, pelo conteúdo pragmático novo e não viciado de meio imediatista. Amor a primeira vista? É fria. É muito muito melhor a prestação. E o carnê em seu poder real. Essa é a ideia. Alma gêmea só em música brega. O outro lado da maçã? É o inferno do paraíso. Pule fora. Iguais se atraem mas logo se consomem a fim de nadas e ninguéns. É fogo que depois desapega. Não se deixe deduzir por impulso. E, por favor, não se faça de chéster para ser comida no Natal, época de sentimento apurado e risco alto de desafinação que depois pode dar em coisa errada, barriga indesejada, erro de estima fora de propósito, ou em situações de conflitos datados. Valorize tudo. Olho no lince acuado. Nunca ceda na primeira noite, na primeira balada, no primeiro bar, no primeiro luau, no primeiro baile, na primeira pessoa, na primeira cantada, no primeiro buraco negro, no primeiro rancho de estrelas, no primeiro beijo, no primeiro poema, no primeiro bouquet, na primeira fiança ou adulação que engane pra predação unilateral. Cantada boa é edital de proclama no cartório de registro civil. Lace-o paulatinamente como um bezerro de ouro desmamado da família, da mamãe-coruja (ou mamãe zoológico). Seduza-o com estilo e classe. Mas tenha sempre uma senha-chave como a última bala de prata na agulha. Se puder, vasculhe-o muito bem antes. E vacine-o: que diz (e parece) que manda é ele (deixe que ele cisme e pense abertamente assim), mas, por trás, nas luzes dos bastidores, a poderosa é você. Atrás de todo grande homem há sempre uma grande mulher, uma flor-fêmea muito maior e melhor do que ele, rondando-o, e com domínio de tudo. A rainha da cocada preta tem que ser você para ele ser vencedor, pra relação dar certo, ser um sucesso. Falsas gostosas e falsas e burras louras oxige-Nadas tem aos montes como mulas. Levam e trazem vantagens fúteis e frágeis. Não são donas de nada. A inteligência é fundamental e ele pode ter comido titica antes de conhecer você, mas não sabe que mulher verdadeira e vitoriosa e que presta é aquela que sabe o que quer porque reluz e vale ouro. E cuide-se. As vezes a solidão é inerente à alma humana. Tenha também seus momentos bons assim. Calce a sandália silencial. Dê um tempo para o ser de si caber em si. Não invada procedimentos maritais de ensimesmamento ocasional. Deixe o bicho aprender a lamber suas feridas. É da natureza dele. Deixe-o em paz nessas horas, que ele pode precisar ser sozinho para se encontrar consigo mesmo. Não force a barra. Já não chega a tremenda barra de viver, conviver, coabitar, estar junto, na rotina cotidiana das mesmice que pode travar ideias e sentimentos? Se enxergue. Leia e estude muito, Vença por si mesma também. Isso agrada a gregos e baianos. Capitulam fácil.

08)-Informe-se e forme-se paulatinamente – a melhor defesa é o conhecimento – sobre as características da espécie escolhida para ser o pai de seus filhotes, amado amante, pseudo chefe de família, etc. e tal. Essas coisas. Saque a turma dele, os indesejáveis e perigosos parasitas, ceve a truta, sonde o clã inteirinho. Por perto de lideres ainda inabilitados há sempre aproveitadores de ocasião. Informação é luz. Veja os irmãos, principalmente. Cunhados dão boas dicas de referenciais do contexto todo para o prato principal. Veja peculiaridades salutares, inerentes, formações, neurossequelas, capacidade físico-existenciais, alto astral (vale ouro), purgações, bom humor cult e pop, pois é na resiliência (tipo falta de dinheiro) que se conhece o desejo certo, a febre de poder esmerada, o futuro vitorioso, e entre perdas, tragédias; em situações ruins ou de perigo é que se conhece o armamento psicossomático do ser-gente, cidadão candidato a marido. Relaxe e goste. E não existe homem (candidato a marido impossível), esperto ou liso como quiabo. Você é que usou pouco o seu poder de sedução. Perdeu pra você mesma? Escolha o tipo e parta pra cima, em alto estilo feminino. Não tem pra ninguém. Se o sujeito for de esquerda, então, é luz própria, tem gabarito. Conservador é como formol: mantém o mínimo básico chinfrim e não sai do lugar. Filho da inércia. Aceita tudo como um penico. Livre-se desses. Viva os bárbaros. Saque o essencial, a escola, o trabalho, as bravatas, as vicissitudes. Identifique e traduza como ele age, como reage em conflito, quando o bicho pega, ou na hora da água beber a onça ele refuga, empaca, renega. Lembre-se, você é a Onça. Seja a fera aguerrida. Seja a melhor onça do mundo pra ele. Vagabundo nunca dá para alguma coisa na vida, muito menos um macho alfa. Mulher inteligente gosta de homem inteligente, vencedor, lúcido, bem sucedido ou pronto para ser muito bem dirigido por você para ser brilhante, pois tem potencial. Romântico mas não babento. Ético mas não corregedor. Mulher forte não divide mel com ninguém. É dona do colmeial e deixa que as peruas babem solitárias e morram de inveja. Cagões não dançam, não servem pra nada. Inseguros contaminam as relações. Idiotas não têm inimigos. Duvide dos certinhos, dos santos, dos fanáticos, dos religiosos, dos de direita, dos comuns. Seja sim, amante, amiga, companheira, sócia, secretária, idealista, guerrilheira, psicóloga, cozinheira, iluminadora de cenários, recuperadora de arquivos perdidos, enfim, uma placa-mãe rangendo na rede de sinais e conhecenças. Isso quer dizer: dona absoluta que parece que não é. E Vitoriosa. O marido-pato é seu e ninguém tasca. E cedo ou tarde ele vai capitular, admitir isso, sacar o lance e adorar o contrato celebrado entre sins e alianças. E dizer: Vencemos por isso mesmo, venci por ela. Vivo por ela. Mas não troque o incerto pelo maravilhoso. Não exija muitos sacrifícios, muitos banhos. Mulher sistemática e com mania de limpeza vira balzaquiana solteirona para rejeito da espécie. Mandona, então, e um azedume de solidão só. Nem pra titia serve. Lembre-se: a alma humana é fêmea. Vai fazer o que disso, se pintar pra conquista, se emperiquitar para reinar, ou amargar dissabores de chata, infeliz, dona da verdade sem causa, rebelde com coturno? Saia dessa. 

09)-Mantenha o foco. Mantenha-o sob controle, sem ele saber que o bicho tá pegando. Se for ciumenta, não pareça. Não dê pontos pras adversidades. Seja uma no escravo e outra na cavalgadura. Periga ver. Leia os sinais. Seja um sinal sempre alerta também, quando preciso for soar alteza sonora. Não titubeie, não falhe. Dentro de casa, no seu quadrado, o risco é muito menor: internet, adega, geladeira, sofá, tv de canal fechado e sinal aberto, tudo a ver. Jamais deixe-o no limbo, ou sem saída. Bicho acuado é um perigo pra ele mesmo. O instinto quer dar um salve geral. Mas evite que pareça liberdade total. Vá lá que seja liberdade vigiada. Mas não demonstre a moleza. Camufle. Liberdade de novo pro sujeito pode ser desova de ressentimentos ou expropriação de estados machistas recalcados. As biscates-hienas estão soltas e não têm parâmetros. Seja o estoque de consciência dele. Tá dominado. A concorrência é podre. Nunca corra o risco de abrir um flanco. Mostre o pau de macarrão sorrindo, charmosa e consciente, jazz ao fundo. De langerri então, é fatal. Ele baba, baby. Viagens são fundamentais. Passeios valorizam a relação. Praia é tudo. Litoral é sexy com clima animal. Preserve a prole. Se proteja. Fique de olho: orar e vigiar, eis o leme, a luta, o galardão chave. Está escrito. Perdeu, é como virgindade, tá perdido. Marido não é brinquedo, mas faça que não seja um fiasco e tenha utilidade para conquistar qualidade de vida, de amor e de prazer. Bom humor é a alma do negocio. Chorar e sorrir junto. Mantenha sempre a posse serena dele. Não assuste o que está rendido. Use e abuse, como se você fosse a própria criadora da Lei Maria da Penha. E muito diálogo. Saber ouvir e ler nas entrelinhas, é um divisor de mágoas. Ele fala, você escuta, você fala; mas não fale muito para ele não divagar, mudar de assunto ou dormir entendiado. Vá direto ao assunto. Não dê voltas. Dar voltas só na hora do pega pra capar. Seja voo rasante de papo direto, olhos nos olhos, mão na mão. Não necessariamente nessa ordem. Vá fundo com sutileza. Essa é a elegância cativadora de uma flor fêmea pacificadora. Abandonar marido de porre, de ressaca, é crime ambiental. Descarte de incapaz é feio e pecado conjugal perene. Tem coisas que nenhum macho perdoa. Deixe que ele as vezes pense e orbite entre a geladeira e a televisão. Tudo sob controle, baby. O núcleo é matriarcal. Já pensou? E cuidado com a Síndrome do VILUME: Viagra na Lua de Mel. Pode dar desajuste ou intimidador estado químico adulterado. Cresça e apareça. Seja a fada e a bruxa, cada uma na sua hora e vez se a relação emperrar. Silicone no seio ou na bunda, não adianta nada, se você é marrenta, picareta, vazia, infeliz, marcada, chata ou que na TPM trata o cara de homem pra homem. Onde já se viu isso? Não entre nesse jogo dele. O poder dele é a truculência, o estado brucutu. O seu é o afeto que nunca se encerra. Cuide-se. Nunca seja igualzinho à ele, nem nunca pareça ser. Espelho assusta e corrompe, refuga. Lembre-se, você é outra coisa, outro espaço, outro lugar, outro nível. Ele é inferior, nãos sangra todo mês como carnê do Ponto Frio, não concebe, não amamenta, não tem seios fartos ou crocantes estrias. Entendeu ou quer que eu desenhe com balões coloridos e em alto relevo? Você é o céu, meu amor, ele é o inferno. Faça com que, com você, junto a você, companheiro e camarada, ele tenha e seja o seu pedacinho de céu complementar...

10)-Cuide da saúde espiritual, física, moral e financeira dele. Dê abrigo, faça compressas devagar, massagens no ego, concessões, aperte furúnculos se preciso for, alimente-o bem – “saber cozinhar é nunca ficar sozinha” - vacine, dê sopinha de letrinha imitando aviãozinho, sonde o cocô do marido-animal, o pigarro, os olhos com sangue, o pescoço de frangote, os pelos na barriga de tanquinho crescendo pelo lúpulo, malte e levedo cervejal de qualidade, aceite o cérebro de cereal dele se achando na adulação, a calvície se acentuando a todo vapor, e leve-o regularmente ao médico, principalmente cardiologista, urologista e geriatra. 
E não se esqueça das palavras da ordem unida dele, por tabela ou de forma indireta que seja: O.B.D.C. – Se precisar, dê banhinho, durma de conchinha, lave direito as cicatrizes do bate-bola do casca grossa sem seca, escove o calcanhar de frigideira do cascudão, dê lustro no ego atiçado dele, exercite o tipo moleirão, como um pequenino cão, mesmo sabendo que ele não é mesmo flor que se cheire, tenha-o sempre perfumadinho pra deleite e consumo, e que assim precisa ser regado todo santo dia para quando precisar, dar um bom caldo. Perdoar é divino. Amar é... nunca ter que pedir pensão. Separação é um câncer. Divórcio é um crime existencial. E não se esqueça, se não tem sessão-coruja, no sábado, no Domingo você quer ver o Fantástico. Tenha uma boa consciência marital estável. E ame-o com todos os defeitos de fabricação sogristico ou de lambanças boêmicas, lembrando-se que o ‘agronegócio’ é seu, o salve do bonde é seu, e o bode velho não pode ter poder ilimitado com tanto defeito de fabricação e manuseio anterior deficitário, e precisa mesmo, para ser feliz e vencedor, de você como uma gerentona e eficaz Dilma Dez para botar os pingos nos is e nos dáblios. Você não é fraca não, vai perder pra você mesma?
 
Gerencie bem o aparelho nucleal todo dele. Dói saber, mas a carne é fraca e se você não se aproveitar do filé em saudável tempo hábil, ainda assim e por isso mesmo, é de regra ter que lamber o osso e não poder depois regurgitar perdas e danos, implicâncias e cobranças adulteras de mau uso em comum, se a pompa, na pressa de viver e das conquistas (que estãrao sempre em suas mãos) não forem boas e com bons legados aos descendentes felizes, fortes e bem equipados. Por isso, se preciso for, não tenha medo de lamber sabão, desde que as cinzas tenham alguma coisa de bom do DNA hereditário dele. Bom casamento. Não chore na hora do doce beijinho rápido depois do sim tremuloso. Seja feliz que essa é a única (e melhor) vingança do ser passageiro nessa estadia. Mulher é mulher, os outros são os outros. Deus é mãe. Seja a outra que ficou com o butim, com o acervo de papel passado e tudo. Atraia-o, mas não traia-o. E nunca troque o cético pelo duvidoso. Quando você estiverem felizes, recompensados e velhinhos juntos, que a sua mão trêmula ainda o inspire-o na marotice velhaca da terceira idade a pedir que você a coloque sobre o zíper da calça sem vinco dele, para ele se lembrar romântico e matar saudades melosas e com corizas, achando que você sempre será, além de para sempre, a musa inspiradora do sucesso todo dele, da alegria marital ungida dele, dentro do aparato vencedor que você brilhantemente montou, estruturou, ergueu, fez a cama e deitou na cama. Viu no que dá casar?
-0-




Cyber Poeta Silas Correa Leite
Estância Boemia de Santa Itararé das Artes, São Paulo, Brasil
Livre Pensador, Bendito Fruto, Especialista em Jornalismo Comunitário, Direitos Humanos. Blogueiro tachado de neomaldito e Teórico da Educação
Prêmio Lygia Fagundes Telles Para Professor Escritor
Autor de Porta-Lapsos, Poemas, e Campo de Trigo Com Corvos, Contos, entre outros.

Nenhum comentário: